quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Eternamente Sua: Capítulos 13 e 14


Capítulo 13

PDV de Bella


Edward e eu não queríamos voltar da viagem, mas infelizmente nós não podíamos ficar eternamente lá, apesar de esse ter sido o meu desejo para poder tê-lo só para mim, e acredito que de certa forma era o desejo dele também.



Eu o amo tanto!



Assim que chegamos em casa ele foi para a empresa e eu fiquei no escritóriolendo e assinando documentos da empresa da defunta. O estranho é que eu achei que isso fosse ser realmente difícil para mim, mas não estava sendo bem assim, na verdade estava sendo até fácil e eu ficava me perguntando o porquê disso.



Na realidade eu estava me perguntando o porquê de um monte de coisas que acontecia na casa dos Cullen. Por que Rose aceitou minhas mentiras tão fácil? Por que, se eu cometia tantas gafes de comportamento, ninguém desconfiava de nada? Se Jasper tinha alguma coisa com a defunta por que ele ainda não havia tentado nada? Longe de mim querer que ele tentasse é claro, na verdade eu andava fugindo e muito dele.



–Entre. –eu disse quando alguém bateu na porta do escritório.



–Com licença senhora Cullen, mas acabaram de chegar essas flores para a senhora. –uma das empregadas da casa me disse antes de me entregar o buquê de flores.



–Obrigada, pode se retirar. –eu disse tentando disfarçar meu aturdimento.



Era um buquê de rosas violetas enroladas em papel negro, o tipo de flores que você mandaria a um velório. Não tinha remetente algum no cartão negro, que só tinha o nome da defunta escrito em letras também cor de violeta.



Aquilo me assustou. Era como se fosse um aviso, um tipo de mal pressagio.



Eu as joguei fora, não ficaria com aquilo mesmo!



–Quem mandou isso para a defunta?-pensei alto, enquanto estava prestes a subir as escadas até o quarto.



–Bella. –parei no meio do caminho ao escutar Jasper me chamar e me voltei para ele relutante.



–Sim?-perguntei.



–Podemos conversar?-ele questionou passando as mãos nos cabelos e parecendo meio constrangido e chateado ao mesmo tempo.



–Não acho que essa seja uma boa ideia, pelo menos não agora. –falei apressada, querendo voltar a subir outra vez.



Ficar sozinha com Jasper era a última coisa que eu queria por medo do que poderia vir a acontecer.



–Será que eu posso saber por que você foge de mim como se eu fosse uma assombração?-a sua pergunta me pegou de surpresa e me fez estancar no lugar.



Que ótimo! Eu não esperava uma abordagem tão direta, mas eu também não tinha como responder isso ali na sala.



–Vamos até o jardim dos fundos. –pedi.



Seguimos calados até o jardim. Havia uma espécie de estufa, onde Esme passava a maior parte do dia, era ali que iríamos conversar. Eu estava muito nervosa, não sabia o que esperar desta conversa. E se ele tentasse algo?



– Acho que aqui podemos conversar com calma. – falei – Onde está sua esposa? – tudo o que eu não precisava era Alice querendo meu fígado por estar conversando com o marido dela



– Ela saiu. Foi à casa de uma amiga. Bella... – Jasper disse quando eu o encarei. – Eu não entendo esta sua hostilidade. Antes da sua viagem a Suíça, você me evitava como seu fosse alguém com uma doença horrível. Por quê? O que eu fiz? Por que não pode ser como antigamente? – ele perguntou parecendo angustiado.



Eu olhei de outra forma para ele. E se por ventura ele tivesse sentimentos pela defunta? Eles poderiam estar apaixonados... não. Sempre que estas duvidas entravam em minha mente eu sempre as espantava. Não importava. Somente Edward era importante para mim. Olhei Jasper que aguardava minha resposta.



– Jasper... isso não é certo... – murmurei.



– Por que não? O que tínhamos era tão bonito. É por Alice? Por Edward? Sabe que ele não se importa. – ele disse.



Como é que é? Edward não se importava que sua esposa tenha um caso com seu irmão? Duvido muito.



– Quanto a Alice... – ele continuou - Sabe que não precisa se preocupar, eu sei lidar com ela. – Porra! Que tipo de homem ele é? Pensei.



Jasper deu um passo à frente e eu recuei derrubando um vaso de orquídeas de Esme.



– Droga! – me abaixei para juntá-lo. Quando percebi Jasper me ajudava. Ele estava próximo. Próximo demais.



Levantei tentando me afastar, mas ele segurou minha mão.



– Bella... eu... não quero que se afaste. Sabe o quanto é importante para mim. – ele disse e acariciou meu rosto. – Você é tão especial.



– Mas que merda está acontecendo aqui?! – saltei ao ouvir a voz de Alice.



Ela nos olhava com fúria. Jasper ainda segurava minha mão. Puxei minha mão da dele.



– Alice, por favor... – Jasper disse tentando acalma-la.



– Calma o caralho! Então é aqui que o casalzinho se encontra? Que romântico. – disse mordaz.



– Deixe de besteira Alice. – Jasper disse. Eu não falei nada. Não sabia o que dizer.



Alice olhou para mim e então sua fúria se duplicou.



– Sua vadia ordinária! Por que não deixa meu marido em paz?! – sangue de barata tinha limites né.



– Eu não fico atrás de ninguém. Ele que veio atrás de mim. – falei.



Então ela avançou para cima de mim sendo segura a tempo pelo marido. Ela espumava de raiva.



– Sua falsa. Eu te conheço e não é de hoje Isabella. Se faz de santa, mas não passa de uma vadia dissimulada que dá em cima do marido das outras. Nem desmemoriada deixou de ser vadia. - ela gritava.



Estaquei. Como é que é? O que ela sabia sobre minha perda de memória?



– Cala a boca Alice! – Jasper disse tenso.



– O que você disse? – perguntei com o coração aos saltos.



Ela sorriu. Um sorriso cínico.



– Ah peguei no seu ponto fraco, não é? Como é que eu sei que você perdeu a memória?- ela dizia não escondendo sua satisfação por minha confusão.



– Vamos sair daqui Alice. – Jasper tentou arrasta-la, mas ela se soltou dele e ficou a minha frente.



– Sabe como eu sei? Assim como eu sei que você é Isabella Swan. – arregalei meus olhos.



Então ela começou a gargalhar. Muito. Muito mesmo. Eu já estava desconfiando que ela tinha algum problema de cabeça.



– Sua estúpida. Acha mesmo que pode existir duas pessoas tão parecidas no mundo e ainda com o mesmo nome? – falou.



– Já chega Alice! – Jasper gritou.



– Não! Eu vou falar. Vou falar tudo. – ela sorriu para mim.



– Não de ouvidos Bella. Alice está descontrolada. – Jasper disse nervoso. – Vamos Alice. Não faça algo que possa se arrepender depois.



– Eu quero ouvir. O que tem a dizer Alice? – perguntei.



– O óbvio, mas que só você, sua idiota, não percebeu ainda. Não existe esposa morta do Edward coisa nenhuma. Sabe por quê? Por que “ela” é você. Você é a esposa do Edward que supostamente “morreu”. – ela disse fazendo aspas com as mãos. Senti minha boca seca e meu corpo mole.



– Isso é... mentira. – sussurrei.



– Não sua imbecil, não é. Você é tão burra assim ou que? Não tem possibilidade de duas pessoas tão parecidas a ponto de outra se passar por ela. Você perdeu a memória há três anos, não é? Então você é a esposa do Edward. Mas vendo agora você continua a vadia igual a antes do acidente, e pode ser até que não tenha perdido a memória coisa nenhuma e nós estejamos fazendo papel de idiotas. – ela disse.



Não. Não podia ser verdade. Era tudo uma loucura. Era isso, Alice havia enlouquecido.



Comecei a rir.



– Sua maluca. – falei – Está com tanto ciúmes do marido que surtou de vez. Olha Alice eu não quero nada com o Jasper pode ficar com ele todinho pra você. – falei.



– Acha que eu acredito nas suas palavras doces Isabella. Não acredito não. E tudo o que eu falei é verdade, é só juntar as peças meu bem, mas tem uma coisa que pode te fazer ter certeza do que eu digo. Você tem dupla nacionalidade. Americana e italiana, por isso fala tão bem italiano. Com a perda de memória não nos esquecemos de outra língua. Vamos lá, fale em italiano e então verá que o que eu digo é verdade. – ela estava pirada. Só podia.



– Eu não falo italiano. – disse convicta.



– Sua vadia mentirosa. Você só mente Isabella. Você não presta. – ela gritou quase me meu rosto.



Empurrei-a.



– Para de me insultar Alice.- avisei. Eu já estava de saco cheio das acusações e loucuras dessa mulher.



– Eu vou falar tudo para o Edward. Tudo. Que você não vale nada, que é uma puta que está fodendo com irmão dele não respeita nada e nem ninguém. – ela gritou.



Não. Ela não iria envolver Edward nesta sujeira. Minha mão foi certeira no rosto delicado dela. A marca vermelha se formou e furiosa gritei.



– Cagna maledetta, non capisci che non voglio il tuo marito, io ... * - parei subitamente.



O que eu havia dito? E que língua era está?



Então como um terremoto a compreensão tomou conta de mim. Eu havia falado em italiano, como a própria Alice havia dito que Isabella Cullen falava.



Engoli em seco e lagrimas começaram a rolar. Comecei a juntar as peças.



– Bella? Só pra você saber, minha esposa também gostava de ser chamada de Bella.- ele disse e se afastou entrando em seu volvo.



É claro, pois era apenas uma Bella.

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–Estou com medo, e se sua família desconfiar?

–Eles não vão, confie em mim. Tome. – ele me entregou vários papéis em uma pasta.



Claro que não, pois todos sabiam que eu e a defunta éramos a mesma pessoa.

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– Edward parece tão feliz por que voltou. Fico feliz. – ela disse. – Todos nós ficamos felizes por que você voltou Bella. É claro que sabíamos que estava em Milão a trabalho, mas...

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–Como você está? Faz tanto tempo que não nos vemos, você...

–A Bree não exagera! Bella só ficou fora dois meses. –Rose a cortou.

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– Senti tanto sua falta minha irmã. – ele falou tão triste que meu coração se apertou.



Ele realmente sentiu falta da irmã. A irmã dele era eu.

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– Eu tive um sonho... muito estranho. Acho que estou impressionada. Por que não me falou que Emmett e Rose tiveram um filho? E que este filho morreu?

– Tommy estava sob minha responsabilidade e de Isabella quando morreu. – meus olhos cresceram com minha surpresa – Então, por favor, não toque mais neste assunto.



O sonho que tive não foi um sonho, foi uma lembrança.

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– Haviam me falado que você estava diferente, mas não imaginei que fosse tanto. – ele disse analisando-me. Engoli em seco. – Está muito melhor assim querida. Gosto desta nova Isabella. Os anos que passou fora lhe fez muito bem.



Anos. Sim. Foram anos. Três anos.



Meu peito ardeu com a confirmação.



Eu era Isabella Cullen.



Eu era a esposa de Edward.



Não havia defunta porcaria nenhuma.



– Ahhh! – gritei, a dor me rasgando por dentro.



– Eu disse. Viu não estava mentindo você é a esposa do Edward. E todos nós sabíamos disso. – Alice disse cravando o punhal ainda mais em meu coração.



– Chega Alice! Já não causou mal demais?! – Jasper falou, mas eu não consegui prestar atenção no que ele dizia. – Bella? Bella você está bem? – ele perguntou.



Então de repente Emmett entrou com uma cara assustada.



– Eu ouvi gritos. O que está acontecendo aqui? – perguntou e então olhou em meu rosto. Meu irmão. Ele era meu irmão de verdade. – Bella? O que houve?



– Ela já sabe Emmett. – Jasper disse – Já sabe de tudo.



Emmett me olhou.



As lágrimas me segavam, mas o ódio e a raiva misturadas com a magoa eram mais fortes que minhas lágrimas.



– É bugiardo, traditore!*- gritei.



A dor em meu peito era quase insuportável.



Emmett tentou se aproximar.



– Calmati cara. * – Emmett disse.



Vi Carlisle, Esme e Rose ali. Eu nem havia percebido que eles estavam ali. Todos sabiam. Todos eles sabiam de tudo.



– Ela está falando na língua que falava quando ficava irritada? – ouvi Carlisle perguntar sussurrando.



– Bella... – Rose tentou falar comigo, mas meu olhar a fez parar.



– Perché hanno fatto questo? Perché? *– choraminguei.



– Non ho mai voluto mentire, ho ... * – Emmett disse.



– Non mi merito questo! *- falei sentindo minha mente nublar.



Então o rosto daquele que meu coração pertencia apareceu em meus pensamentos. Ele sabia. Ele sempre soube. Ele me enganou.



Olhei para a família que aprendi a gostar.



– Voi siete tutti traditori. Tutti. *



Então a escuridão tomou conta de mim.



***



Eu estava em uma espécie de sonho sem rostos. Sentia meu corpo exausto. A escuridão queria me dominar. Eu queria sair dela, mas não conseguia. Forcei-me a abrir os olhos.



Eu estava deitada em uma cama. Era o quarto. Meu quarto. Ao me sentar vi Edward sentado na poltrona ao lado.



Meus olhos se prenderam aos dele.



Continua...



*1( Maldita! Não percebe que não quero seu marido, eu...)



*2 (Seu mentiroso, traidor)



*3( Calma Querida)



*4(Por que fizeram isso? Por quê?)



*5(Eu nunca quis mentir, eu...)



*6(Eu não merecia isso!)



*7(Vocês são todos traidores. Todos.)




Capítulo 14




PDV de Bella



Por alguns instantes eu o ignorei fingindo não tê-lo escutado, buscando forças dentro de mim que eu nem se quer sabia se existiam ou não para enfrentá-lo sem fraquejar diante do enorme amor que nutro por ele.



–Bella meu amor. – ele voltou a repetir me chamando e dessa vez eu não podia mais ficar quieta, então me sentei na cama e nem sei como o encarei fixamente.



–Não me chame assim, nunca mais! Você não tem esse direito. - eu disse em um tom de frieza que assustou até a mim mesma.



–Bella, por favor, não fale assim, me deixe explicar. – ele pediu com os olhos suplicantes.



–Para quê? Para que você me diga mais mentiras? Para que você tente enganar a tonta aqui outra vez?- questionei desdenhosa.



–Eu não menti por querer, foi para o seu bem. – Edward falou quase como se estivesse em desespero.



–Imagina quando for para o meu mal! O que vai fazer? Me matar?- nem mesmo o ácido ou uma bala teria sido tão potente quanto minhas palavras foram sobre Edward.



Seu olhar era uma mistura de dor e magoa.



–Me acha tão monstruoso assim?- ele questionou quase como se não tivesse forças para pronunciar as palavras.



–Eu não sei. Eu achei que conhecia você, mas já vi que me enganei. –murmurei, saindo da cama.



–Como pode me julgar se nem mesmo saber por quê?- eu pude escutar a pura dor em sua voz, mas a essa altura das coisas isso não me importou.



–Tem razão, eu não sei, então diga-me: por que mentiu tanto? Por que foi tão hipócrita ao ponto de mentir tão descaradamente?



Eu o encarava sem de fato fazer isso, pois em minha mente pulsavam milhares de possibilidades.



–Bella... –Edward começou, mas eu não fui capaz de prestar atenção ao que ele dizia, pois uma lembrança veio forte em minha mente.



“Olha Bella não sei o que está acontecendo com você, só sei que antes de viajar você me disse que estava tendo um caso com seu cunhado, e que não via à hora de se livrar de Edward e ficar com ele. Até achei que esta sua viagem fosse pra isso, mas aí vocês voltaram e ainda estão juntos e não estou entendendo mais nada”. Bree havia me dito. E se eu realmente traísse Edward com o irmão dele antes de perder a memória? E se ele houvesse descoberto? E se meu marido me escondeu isso só para se vingar de mim? Marido... e pensar que me referir a ele assim antes me parecia errado quando, na verdade erra o mais correto.



Estes pensamentos me deixaram assustada e o medo de que eles sejam a pura realidade quase me devorou. Deus que eu não tenha sido uma devassa! Pedi, pois eu sinceramente não tenho coragem para enfrentá-lo e perguntar, não agora. Mas mesmo que fosse Edward, e todos os outros não tinham o direito de brincar com a minha vida assim!



–O que você está fazendo?- ele perguntou quando fui em direção ao closet e comecei a pegar alguns pertences de lá.



–Não é óbvio?- perguntei desta vez sem emoção alguma na voz.



–Você não pode ir embora!- Edward disse quase como se fosse uma ordem, ou talvez, fosse a apenas seu desespero no momento falando por ele.



–E por que não?- o enfrentei.



–Você é minha esposa! Eu te amo, nós nos amamos. - respondeu.



–É mesmo? Pois, isso já não quer dizer nada para mim! Quem te garante que eu não menti para você ao dizer que te amava? -quando soltei as palavras sem pensar muito no que dizia, pois eu só queria magoá-lo como eu fiquei magoada Edward recuou alguns passos instantaneamente, ficando sem reação.



Eu nunca vi tanta dor em seu olhar como nesse instante, ou pelo menos não me recordo de já ter visto e fiquei tão entorpecida com tudo o que se passou que nem mesmo liguei e lhe dei as costas sem nunca olhar para trás.

Já no meio do corredor o escutei me chamar quando ele finalmente pareceu acordar para a realidade, mas, ao invés de voltar eu quase corri e desci as escadas de dois em dois degraus e com tanta presa que acabei tropeçando no penúltimo degrau e quase fui ao chão. Peguei a primeira chave de automóvel que vi na mesa de centro da sala e saí, só para chegar à garagem e descobrir que havia pegado a chave do Aston Martin Vanquish de Edward, carro que segundo o próprio era seu preferido.



–Excelente, assim eu posso sair por ai e descarregar minha raiva de você de algum modo, talvez eu resolva bater no primeiro poste que apareça na minha frente com seu carro. – murmurei comigo mesma antes de abrir a porta traseira, atirar minha mala, entrar no lado do motorista e meter o pé no acelerador.



Eu dirigi o mais rápido que pude, correndo a mais de 200 km por hora sem saber direito para onde ir, me sentindo totalmente desorientada.



Eu estava irritada por ter sido tão enganada, mas muito mais do que isso eu estava magoada, totalmente destroçada por dentro. Perder a confiança naquele que se ama e descobrir que toda sua vida na realidade é um castelo de areia não é fácil, não é algo que você possa administrar como queira.



Quando vi eu já estava na estrada a caminho do aeroporto, inconscientemente querendo voltar para Nova Iorque, mas parei ao notar que estava sendo seguida.



– Maledetto stupido!* - grunhi em italiano, língua que não sei explicar como me parece agora tão fácil de falar, se até algumas horas eu nem mesmo sabia que falava, mas que irritada agora fluía tão naturalmente de mim.



Sem muita escolha parei no acostamento da estrada e abri a porta do carro para sair batendo a porta com força ao fechar.



–Eu sei que você está furiosa agora e que provavelmente quer a cabeça de todos nós, mas, por favor, me escuta. – Emmett pediu saindo de seu carro ao parar também e se aproximar de mim.



–Por que razão eu te ouviria? Você é igual a todos naquela casa! Me traiu quando deveria ser quem mais deveria me apoiar!- o acusei outra vez.



–Eu sei disso Bella, eu...



–Foi porque eu matei seu filho, não é? Eu arruinei sua vida, você deve me odiar por isso. – falei.



Os olhos de Emmett se arregalaram e de repente ele me agarrou pelos braços e me sacudiu.



–Você não tem culpa pela morte de Tommy! Eu nunca te culpei por isso. Como poderia se sempre cuidou de mim? Protegeu-me como uma leoa e sei que amou meu filho tanto quanto eu. Acredite Bella, eu daria tudo para estar no seu lugar e ter perdido a memória, daria tudo para esquecer tudo de ruim que aconteceu. – havia tanta dor e verdade em seu olhar que eu não pude duvidar de suas palavras, além do mais, alguma estranha ligação entre gêmeos me fazia sentir tudo o que ele sentia e agora talvez eu possa entender porque muitas vezes me senti angustiada nesses três anos quando não havia explicação para tal sentimento. – Não encare esta sua perda de memória como uma desgraça e sim como uma chance de recomeçar.



Não sabia se agora sabendo de “toda” a verdade seria tão fácil recomeçar.



– Nem tudo é como imagina Bella. Edward... – só em ouvir o nome dele meu coração sangrava.



– Não ouse defendê-lo. – falei.



– Não vou defendê-lo. Eu sempre fui contra. Não achei que esta fosse a solução para os problemas, mas ele tomou essa atitude com a melhor intenção. Disse eu tenho certeza.



– É tudo papo furado. Tudo mentira. – falei segurando as lágrimas que eu queria deixar seguir livremente pelo meu rosto.



– Bella... nem tudo é mentira... quanto a saúde de Esme por exemplo isto não é mentira. Ela tem sim um grave problema no coração e a ama como uma filha. Ela nos dizia quando você estava ausente que não queria morrer sem antes abraçá-la. Sem antes rever-lhe.



Meu coração se apertou. Não havia duvida do quanto Esme gostava da defunta, no caso eu.



– Olha só. Espaireça um pouco. Pense em tudo. Se afastar da mansão como quer fazer você nunca saberá de tudo, não é o que mais quer no momento? Juntar as peças que faltam em sua memória? – ele perguntou.



Emmett se despediu de mim e eu segui em frente, agora num ritmo normal, até uma praça. Não sei por que e nem como eu conhecia este caminho. Devia ser mais alguma lembrança assim como a língua italiana.



Sentei em um banco e fiquei admirando a natureza até que a dor em meu coração foi demasiado e eu chorei. Chorei tudo o que pude e o que não pude.



Senti uma sombra perto de mim e encarei quem estava próximo a mim. Era só o que me faltava mesmo, pensei.



– O que quer Bree?- Perguntei sem humor.



Minha prima me olhou e sentou-se ao meu lado.



– Sempre que ficava triste você vinha até esta praça. Lembra-se? – ela falou e depois deu um riso. – É claro que não. Não pode se lembrar, não é Bella?



Todos sabiam, até mesmo ela. O quanto estúpida eu devo ter sido.



– Todos sabiam... – murmurei.



– Sim. Todos nós sabíamos. Edward... proibiu... não queria que nenhum de nós falássemos nada. Eu achei isto um absurdo. Já não bastou ele esconde-la por 3 anos?- perguntou a si mesma.



– Ninguém sabia onde eu estava? – perguntei surpresa.



– Não. Somente o Edward. – ela respondeu.



Por que ele fizera isto? Era o que minha mente se perguntava.



– Bella...



– Você falou comigo aquele dia na biblioteca... disse que eu tinha um caso com o Jasper. – falei.



– Só falei o que eu sei. Nós éramos amigas Bella... tá você tinha um pouco de ciúme de mim com o Edward, pois eu nunca neguei que ele meche comigo, mas sempre nos falamos e você me disse aquilo. Que estava como Jasper e que iria se separar de Edward.



Seria verdade ou mais mentiras? Droga! Eu estava tão confusa.



– E eu preciso terminar de te contar o que realmente aconteceu. – ela suspirou como se aquilo fosse difícil de dizer. – Bom eu não posso ter certeza, mas acho que o Edward a estava punindo te deixando no limbo sabe como é?



– Não estou entendendo nada Bree.



– Ele descobriu sua relação com Jasper, ai vocês foram a Milão com o filho do seu irmão e lá ocorreu tudo e depois ele voltou só e...



– Espera. Está querendo dizer que o Edward pode ter algo a ver com o meu acidente?- meus olhos estavam arregalados. Minha respiração presa.



– Não! Claro que não, mas que ficou meio cômodo ficou... e ai... depois...



– O que tem? Fale logo.- falei impaciente.



– Neste tempo que você ficou fora... Eu e o Edward nos envolvemos.



Como é?



– Eu sou apaixonada por ele, Bella. – ela revelou.



– Bree, pois se éramos amigas já não somos mais. Fique longe do meu marido. –grunhi.



O alerta foi claro. Edward é meu!



Continua...
Maldito estúpido*

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