sexta-feira, 31 de maio de 2013

Casamento de Aparências: Capítulo 3



PDV de Bella 








A boca macia de Edward tocou a minha com suavidade, sua língua tocou meus lábios pedindo passagem e atordoada com tanta proximidade e atração física eu cede. 



Ele explorou cada canto de minha boca com maestria, com um conhecimento e delicadeza impressionantes. Suas mãos grandes e macias deslizaram por minhas costas em uma pegada forte ao parar em minha cintura. 



Enquanto eu também explorava sua boca deslizei uma de minhas mãos em seu pescoço e a outra até seus cabelos sedosos e o beijo que começou suave foi se transformando em algo luxuriante, cheio de desejo ao ponto de nos colamos mais ainda ao outra, mas felizmente antes que isso pudesse tomar proporções desastrosas eu acordei para a realidade, a bofetada que lhe dei foi sonora, com certeza doeu, a palma de minha mão chegou a arder. 



-Ficou louco? Você é noivo da minha irmã, seu desgraçado!-grunhi exasperada. 



-A quem você pensa que engana Isabella? É óbvio que gostou, se não tivesse gostado não teria correspondido. –ele me respondeu na maior cara dura massageando o rosto avermelhado pelo tapa que dei. 



-Você não passa de um cretino filho da put* Cullen! 



-Pare Isabella!-Edward me advertiu em um tom sombrio, mas isso não me amedrontou. 



-Por que se exatamente isso o que você é? Um cretino filho da pu... 



-Ofenda minha mãe outra vez e vou colocá-la sobre os meus joelhos e esquentarei esse seu belo traseiro até que aprenda. 



Abri minha boca em completa descrença e eu iria rebater, mas depois decidi que simplesmente não valia a pena. 



-Não vou me dignar a responder a tal desaforo. –murmurei saindo de cabeça erguida da biblioteca. 



Quando estava a uma distância segura para não esganar o infeliz do Cullen, eu parei e respirei fundo contando até dez para me acalmar, mas quase tive um infarto ao ouvir a voz de ninguém menos que Rosalie. 



-Nossa maninha, o que há? Está vermelha como um pimentão, aposto que Edward irritou você. 



-Ele não tem nada a ver com isso Rose. –eu disse abrindo os olhos. 



Merda! Por que eu menti? 



-Então por que está assim?-ela indagou com um leve sorriso no rosto. 



-Eu preciso ir até o jardim. –murmurei ignorando sua pergunta. 



O que eu poderia responder sem contar que fui uma cachorra sucumbindo ao seu noivo? 



[***] 



Eu praticamente não dormi, o tal noivado acabou tarde e a culpa ficou me corroendo a noite toda. 



Droga. Eu devo está parecendo um zumbi hoje, desci as escadas sonolenta, mas pronta para ir para a empresa indo para a cozinha. 



-Bom dia família. –saudei aos meus pais e a Rose que já estavam tomando café. 



-Bom dia Bells. –minha irmã disse parecendo tão cansada quanto eu. 



-Bom dia filha. –minha irmã disse. 



-Será que você pode me explicar que raios é isso? 



No inicio não entendi a forma brusca com que meu pai falou, mas bastou ler a página em que o jornal que ele me entregou estava aberto. 



-Mas agora o que me faltava meu nome estampando em páginas sócias por causa desse Cullen!-exclamei indignada. 



A manchete dizia: 



“Filha de caçula de Charlie Swan fuzila cunhado durante festa de noivado” 



Típico de jornalistas de quinta categoria. 



-E por acaso é alguma mentira? Você passou a noite fuzilando o pobre homem com o olhar. 



-Pobre homem? Papai o senhor não pode está falando sério. 



-Bella querida, dê a Edward uma chance e verá que ele é um rapaz agradável. 



-Papai o senhor pode tentar me convencer de tudo menos de que aquela criatura é agradável, eu nunca vi ser tão desprezível quanto ele. 



-Bella controle seus arranques de fúria, Edward Cullen agora goste você ou não é o noivo de sua irmã e merece o mínimo de respeito vindo da sua parte. –eu fechei os olhos respirando fundo para não explodir com meu pai e acaba gritando com ele. 



Meu pai e eu nunca tivemos esse tipo de relação explosiva, mas desde que Edward Cullen apareceu parece que não fazemos outra coisa a não ser discuti. 



-Eu farei isso papai no dia em que esse... canalha de uma figa merecer. 



-Bella!-meu pai exclamou chocado. 



-Não sei por que tem tanta raiva de mim Isabella. –uma voz vinda as minhas costas me arrepiou cada poro de meu corpo. Isso não pode ser sério. 



-O que faz em minha casa a essa hora seu cretino. –eu grunhi antes mesmo de me vira em sua direção. 



-Essa também é a casa de minha noiva, senhorita. –ele me respondeu com indiferença. 



-Mas eu não sou obrigada a ficar agüentando sua presença desagradável logo pela manhã. –rugir apontando o dedo indicador em sua direção. 



-Isabella controle-se!-meu pai ordenou, mas eu não lhe dei ouvidos. 



-Filha, eu pedi para que Edward dormisse aqui, tudo acabou tão tarde, fiquei com medo que algo acontecesse a ele querida. 



Muito obrigada mamãe. Pensei com ironia. 



-Seria ótimo se um carro passasse por cima desse infeliz. –murmurei com frieza. 



-Qual o seu problema comigo Isabella? Por que me odeia tanto? Eu nunca lhe fiz nada. –Edward estava imponente com as mãos na cintura mesmo usando o terno de ontem. 



-O simples fato de você existe já é mais do que o suficiente senhor Cullen, agora me deem licença porque perdi a fome. 



Nem mesmo um raio seria tão rápido quanto eu ao sair da cozinha. Edward Cullen irá se arrepender para o resto da vida se machucar minha irmã, disso ele pode ter certeza. 



Durante algum tempo fiquei no jardim tentando acalma meus nervos antes de ir trabalhar, hoje o dia será duro. 



A natureza sempre foi algo que me acalmou, mas como não estava funcionando pouco tempo depois fui para o meu quarto só não esperava tamanha surpresa desagradável. 



-O que faz em meu quarto? 



-Ninguém me deixa falando sozinho, Isabella! 



-É mesmo? Que pena acho que foi exatamente o que fiz agora a pouco. Saia já do meu quarto seu cretino!-apontei para a porta espumando de raiva. 



-Cretino?-ele arqueou as sobrancelhas em descrença. 



-Saia senhor Cullen. –ordenei fechando meus olhos, eu não podia olhá-lo ou acabaria me perdendo naqueles fascinantes olhos verdes. 



-Nós precisamos conversar Isabella. 



-Nós não temos nada para conversar, já imaginou se te pegam aqui? O que acha que vão pensar? Você é noivo da minha irmã. 



-Não vão pensar nada, afinal somos apenas dois cunhados conversando. –ele sorriu com deboche. 



-Não seja cínico!-grunhi. 



-Não seja você cínica. –seus fascinantes olhos faiscaram com uma emoção que não fui capaz de identificar. –Eu sei muito bem que tipo de mulher você é! 



-Ah não diga, e qual é o meu tipo Cullen. 



-Mimada, fútil, egoísta, egocêntrica, filhinha de papai que não pesa duas vezes antes de se jogar nos braços do primeiro que aparece. 



Mas quem ele pensa que é para falar assim de mim? 



-Está descrevendo a mim ou a si mesmo Cullen? Escuta bem o que eu vou dizer seu filho da mãe! Se magoar minha irmã irá se arrepender para o resto da sua vida. –disse avançando em sua direção. 



-Isso é uma ameaça Isabella?-Edward me fitou intensamente, e olhando em seus olhos por um instante quase me esqueci das nossas desavenças. 



-Ameaças são para fracos Cullen, é uma promessa mesmo. 



O que veio a segui me pegou de surpresa. 



Edward me prendeu entre seus braços e a porta de meu quarto e atacou minha boca me beijando ao mesmo tempo com selvageria e suavidade. 



Eu tentei lutar contra ele, pois minha mente gritava que isso é completamente errado, que ele é noivo da minha irmã, mas meu desejo e fascínio por Edward falou mais alto e acabei cedendo a ele com nossas línguas travando uma batalha sôfrega e intensa. 



Edward me atraiu cada vez mais para me prendendo sem escapatória com sua pegada firme em minha cintura, minhas mãos deslizaram para seu peito másculo onde cravei minhas unhas da mesma forma firme que ele me segurava então me dei conta do que estava fazendo. 



-Não!-exclamei tentando empurrá-lo ainda muito próxima aos seus lábios. –Isso é completamente errado. 



-Sim é. –ele concordou me prendendo com magnetismo de seu olhar. –Isso foi apenas um aviso Isabella, o jogo da sedução é sempre para dois, nele você pode queimar, mas também pode se queimar, então pare agora enquanto ainda há tempo ou eu posso querer queimá-la. 



Quase no mesmo instante Edward me largou e saiu do quarto e em excesso de raiva atirei o vaso de flores que estava sobre a mesinha de cabeceira na parede exatamente como quis fazer com Edward Cullen no momento em que entrei em meu quarto. 



Quando estava mais calma, mas não menos irritada sai para a empresa e como definitivamente precisava manter a calma para não matar um emendei uma reunião na outra sem me importa em parar para comer e depois adiantei alguns relatórios, além de assinar diversos papais diferentes e de grande importância para a Swan Grup. 



-Entre. –murmurei quando bateram na porta de minha sala. 



-Posso falar com você?-minha irmã perguntou. 



-Claro Rose, sente-se. Do que se trata?-questionei. 



-Edward. –ela fez uma careta. 



-Ah não Rose, se for sobre a briga de mais cedo me desculpe, mas aquele homem é simplesmente intragável!-Rose riu. –O quê? 



-Tem certeza que é isso mesmo Bella? 



-É claro que eu tenho Rose, aonde você quer chegar com tudo isso?-indaguei perdida com sua atitude. 



-Essa raiva toda não é tesão reprimido?-meu queixo caiu. 



-Você pirou Rosalie? De onde tirou uma ideia estapafúrdia dessas?-trinquei o maxilar irritada com sua pergunta idiota. 



-Ok, desculpe. Eu não quis ofendê-la. 



-Esqueci Rose, eu é que estou estressada demais hoje. 



-Bella você realmente abomina tanto um casamento arranjado? 



Estranhei sua pergunta. Rose sempre soube perfeitamente minha opinião a esse respeito. 



-Você sabe que sim. 



-Então em hipótese alguma aceitaria se casar desta forma?-ela se remexeu nervosa na cadeira, enquanto eu pensava sobre o que responder. 



-Nunca se sabe Rose. Eu preciso ir até o departamento de criação agora amor. 



-É essa sua resposta definitiva? 



-Rose faça o que tem de ser feito, eu amo você. 



Eu disse antes de sair sabendo que ela entenderia o que eu quis dizer. 



PDV de Edward 



Tempos depois... 



Isabella Swan criaturinha intragável, mulher de fibra. Nunca conheci alguém tão topetuda quanto ela, nunca ninguém além de meus pais foi capaz de me enfrentar como ela já tinha feito não uma, mas três vezes e era sobre isso que eu conversava agora ao telefone com Emmett. 



-Cara, eu já sou fã dessa Bella. 



-Emmett o nome dela é Isabella. -grunhi. 



-Mas aposto que ela não gosta que a chamem assim. 



-É, a irmã dela disse que não. 



Eu nem sei porque decidi falar com meu irmão sobre ela, jamais comento sobre minha vida com ninguém e agora eu estava contado a ele o quanto ela me irrita, me tira do sério. 



-O que vai fazer a respeito? 



-Não sei Emmett, mas e você ainda está com os monges?-mudei de assunto. 



-Não me lembre disso meu irmão, eu nunca mais volto naquele lugar!-Emmett disse em tom de desespero. 



-Emmett o que você aprontou agora? 



-Eu nada, não tenho culpa se aqueles malucos queriam que o Emmett Junior deixasse de funcionar.-Emmett falou em tom ofendido. 



-O quê?!-meu irmão sempre foi uma figura. 



-É sério Edward, eles queriam que eu raspasse meu cabelo e ainda fizesse voto de castidade, o que é loucura óbvio. Como posso eu deixar as gostosas do mundo órfãs do Emmett Junior?-dessa eu tive que rir. 



-Ok Emmett, informação demais. Quando você volta? 



-Eu não sei mano, dá um beijo nos velhos por mim, eu já vou que ligação internacional custa o olho da cara. 



-Certo Emmett, até. 



Eu bem que tentei trabalhar, mas Isabella Swan não saia de minha cabeça. Praga de mulher, além de exuberante tinha que ser tão diferente das outras e não desgrudar dos meus pensamentos? 



Mas ela não vai ficar por muito mais tempo em meus pensamentos, isso tudo é apenas tesão, nada mais, mas Katy em breve dará um jeito nisso. 



Encontre-me no lugar de sempre. 



Enviei uma mensagem rápida para ela, hoje será minha despedida de solteiro, hoje meus pensamentos ficaram livres de Isabella Swan. 



Continua... 



Casamento de Aparências: Capítulo 2



PDV Edward 



Após o surpreendente encontro com aquela beldade, que por fim me dei conta, ser a filha mais nova de Charlie Swan, ou seja, minha cunhada me encaminhei pela majestosa sala da casa de meu futuro sogro cumprimentado a todos. Vi Jasper e minha mãe e segui em direção a eles. 



Ao olhar em volta vi Alice ao lado de Isabella. A esposa de meu primo me deu um sorriso malicioso. Entendi o que aquela maluca da esposa de meu primo quis dizer. Alice percebeu meu interesse em Isabella. Deve ter se divertido ao saber que eu estava encantado pela minha futura cunhada. 



-Oi querido. – minha mãe me cumprimentou com um beijo. 



- Jasper. – o cumprimentei com um aceno de cabeça. - Onde está meu pai?- perguntei a minha mãe. 



Ela bufou. 

-No escritório com Charlie Swan, mas eu já vou atrás dele hoje não é dia pra negócios. 



Minha doce e inocente mãe não se deu conta de que este casamento é sim um negocio. Apenas isso. 



-Já viu a noiva Edward? – Jasper perguntou quando minha mãe se afastou. 



- Não. – não comentei meu engano com relação a “noiva”. – Ah, sua esposa é muito espirituosa. – comentei. 



- Sim ela é, mas o porquê desta sua observação? 



Não respondi, pois logo meus pais e o casal Swan se aproximaram. 



- Edward.- o senhor Swan me cumprimentou. 



O cumprimentei polidamente também a senhora Swan. 



-Muito prazer em conhecê-la senhora. 

Ela sorriu. Um sorriso que lembrava sua bela filha mais jovem. 



-Oh! Meu jovem Edward. É mais bonito pessoalmente que pelas fotos. - sorri educadamente. 



- E onde está minha bela noiva?- perguntei fingindo empolgação. 



-Rose é demorada para se arrumar, mas já deve estar descendo. - respondeu a senhora Swan. 



Rose? Então este era seu nome. Se fosse tão linda como a irmã eu não ficaria desapontado. Mas a verdade é que eu ficaria sim, pois não seria ela. A linda mulher de olhos cor chocolate. 



Um cheiro delicioso parecido com morangos se fez presente e ao olhar vi que Isabella se aproximou de nós. 



-Já conhece minha filha mais nova Edward?- Charlie Swan perguntou. 



Percebi que ela fez uma expressão de descaso ou irritação. E ela ficava ainda mais linda com essas expressões. Eu nunca perderia a oportunidade de irrita-la se fosse para vê-la linda da forma que agora se encontrava. 



-Já tive o prazer de conhecê-la há poucos minutos, Charlie. – falei a olhando fixamente, e ela ergueu o queixo em sinal de desafio. Ela seria capaz de dizer que achei que ela fosse a noiva? 



-Edward? Preciso falar com você um instante. – meu pai disse. – Nos deem licença. 



Afastamo-nos um pouco entrando em uma sala. 



-Filho, já acertei todos os detalhes com Charlie. E quero dizer que estou muito orgulhoso de você. 



- Tudo bem pai. 



-Não Edward serio estou muito orgulhoso. Faço muito gosto neste casamento. E Rosálie é uma moça adorável e será feliz com ela. Fico imensamente feliz de poder ter ela em nossa família. 



Essa conversa do meu pai estava meio estranha. 

-Quero que a respeite e se comporte como um cavalheiro com a mulher que será a mãe dos seus filhos. 



-Não se preocupe pai, o casamento é um negocio. Um compromisso. E eu assumo meus compromissos. Ela terá tudo o que toda mulher quer e eu a respeitarei. 



-Ótimo assim fico mais tranquilo. - meu pai falou me deixando cada vez mais desconfiado. 



-Vamos voltar minha noiva deve estar descendo. 



Ele sorriu e seguimos para onde os convidados bebiam champagne francesa e degustavam iguarias refinadas. Charlie Swan não havia poupado na festa de noivado de sua filha. 

No alto da escada uma loira deslumbrante apareceu. Era ela. Minha noiva. Realmente era uma mulher muito bonita não seria difícil permanecer ao lado dela. Ou excitar-me com ela. Mas assim mesmo não pude deixar de fazer comparação com sua irmã mais jovem. Essa sim mexia com meus instintos mais primitivos, mas que seriam esquecidos por que eu respeitaria minha esposa, pelo menos em relação a minha cunhada. Com certeza nunca a amaria. Como acho que nunca mais em minha vida fosse acontecer. Uma vez já foi o suficiente. 

Encaminhei-me em sua direção ao pé da escada a recebendo com um beijo em sua mão assim como fiz com Isabella. 



-Senhorita Swan está muito bonita esta noite. 



Ela sorriu educadamente, mas um sorriso que não chegou aos seus olhos. Todos os olhares estavam sobre nós. 



-Obrigada Edward, mas acho que devido a nossa situação pode me chamar pelo nome. Rosálie ou Rose. 



-É claro, Rose. 



Falei fazendo charme. 



-Vamos? Todos esperam pelo show. 



Referia-me aos convidados que mal conseguiam disfarçar a curiosidade em ver os herdeiros dos Swan e Cullen juntos. 

Nossas famílias permaneceram juntas conversando sobre os preparativos do casamento. Minha “noiva” foi solicita e agradável e tive a sensação, por diversas vezes, que ela estava desempenhando um papel. 



Por vezes peguei o olhar de Isabella sobre nós. E não era um olhar amistoso. 



-E seu outro filho Carlisle? Emmett se não me engano, onde está?- Charlie Swan perguntou a meu pai que sorriu. 





-Meu filho mais jovem é um espírito livre Charlie. Está viajando pelo mundo e não faço ideia de onde esteja no momento. 



Minha mãe suspirou em sua preocupação sempre que Emmett estava viajando. Eu não iria falar, mas vendo-a dessa forma não resisti. Mesmo que Emmett tenha me pedido que não contasse eu não resistiria ao ver minha mãe preocupada. 



-Ele está no Tibete vivendo com monges budistas. - disse para a surpresa de todos. 



-Só o Emmett mesmo. – Jasper disse rindo. 



-Tem certeza disso meu filho?- minha mãe perguntou. 



-Sim mãe ele me ligou há uns dias. Não se preocupe ele está bem. 



-Ah, graças a Deus! A última vez que ele ligou disse que ia escalar aquela montanha horrível. - ela falou chorosa. 



Senti alguém tocar meu braço. 



-De que montanha sua mãe fala?- Rose me perguntou. 



-K2. Sabe qual é? 



-Sim – ela parecia impressionada - é a montanha mais difícil para os alpinistas. Não é a mais alta, mas é a mais perigosa. Nossa seu irmão deve ser muito corajoso. 



-Sim ele é. 



Continuamos conversando num ambiente agradável, fiz o pedido oficial a Rosálie na frente de todos, deslizei um lindo anel em seu dedo, fizemos o brinde e na hora do beijo acabei optando por beijar sua testa. Tudo corria de forma correta e como fora planejado, mas eu precisava falar com minha noiva em particular deixar algumas coisas acertadas entre nós. Por isso a convidei para darmos uma volta e fomos para a enorme biblioteca da mansão. 



POV Bella 



Eu estava de saco cheio desta encenação infeliz. Deste acordo estúpido e ridículo. Mas eu era voto vencido. Não havia nada que eu pudesse fazer. Bom na verdade havia sim, ficar de olho em Edward Cullen. Que homem estranho! Fascinante! 



Ele era misterioso. Escondia algo e me fazia desejar descobrir. Acho que isso era o que mais me irritava. Por que sentia esse fascínio por ele? É claro, ele era lindo, mas não era só beleza. Era mais. 



Percebi que ele convidou Rose para dar uma volta e tomada por algo que não sei definir resolvi ir atrás. Eles entraram na biblioteca e eu fui para outra porta que também dava acesso a biblioteca e lá me escondi para ouvir o que falavam. Eu sabia que era errado. Mas julguei ser correto já que eu só estava fazendo isso para proteger minha irmã, pelo menos era disso que eu me convencia. 



-Acho que precisamos conversar sobre alguns aspectos do nosso casamento. 



Edward disse. Espiei e ele estava sentado em um sofá e Rose em outro. 



-Claro. Sobre o que especificamente? 



-Quero que saiba que darei tudo o que precisar. Dinheiro, segurança. Serei seu companheiro. E lhe respeitarei. 



-Fico feliz em ouvir isso. Mas... dinheiro é algo que acredito não ser necessário. Eu trabalho na empresa do meu pai. 



Rose falou calma. Essa não era minha irmã. Em outra oportunidade ela teria mandado Edward Cullen se fud... com suas promessas de segurança etc. 



-Não precisará trabalhar se não quiser. 



-Acha que uma mulher tem que ficar em casa cuidando da casa e dos filhos Edward? 



Boa Rose! 



-Não foi o que eu disse e nem penso desta forma. Só estou colocando os pontos da questão. Que se você não quiser trabalhar terá meu apoio financeiro. Será minha esposa é minha responsabilidade lhe prover tudo do bom e do melhor. 



Mas de que livro esse cara saiu? 



Parece que estou ouvindo uma conversa do século XIX. 



Só estava faltando falar sobre o dote, mas isso já deve ter sido acertado pelo meu pai. 



-Certo. Eu entendi Edward. Eu vou voltar para a festa... 



Rose estava desconfortável. Eu conhecia minha irmã. 



-Acredito que podemos fazer isto dar certo, Rose. 



Ele estava literalmente falando de negócios. Cadê a promessa de fazê-la feliz? De amá-la? E por que Rose concordava com um absurdo desses? 



Vi um aceno leve de consentimento de Rose e eles se encaminhavam para sair da biblioteca quando um celular começou a tocar. Quase morri de susto por achar que poderia ser o meu e eles me descobrirem aqui. 



-Eu preciso atender esta ligação. Pode ir à frente. 



Edward disse a Rose que saiu. Essa era a hora que eu sairia também dali, já que meu objetivo era apenas cuidar de minha irmã. Porém a curiosidade e o fascino de descobrir o que aquele homem misterioso escondia me fez escutar sua conversa ao telefone. 



- Alô. - ele disse serio, e sorriu em seguida. 



ele disse serio, mas sorriu em seguida. 



-Olá querida. Como ela está?- ele disse todo derretido. 



Miserável. Cretino. Mal se comprometeu com minha irmã e já a traia descaradamente. Pelo visto este deveria ser um caso seu. 



-Eu sei que faz tempo que não vou aí, muito trabalho e agora... hum... bom agora tenho outros assuntos do que cuidar. Mas diga a ela que passarei esta semana aí e vou levar aquilo que ela ama comer. Será que ela pode? 



Ele escutou o que a pessoa dizia ao telefone. Ele estava distraído e eu podia dizer que mais incrivelmente lindo. 



Desta forma, sem seu ar misterioso que ao que parece ele amava esboçar, ele parecia mais jovem... mais irresistível. 



-Sabe que quero o melhor para as duas. Não se incomode em me ligar a hora que for. 



Coitada da Rose iria ter que agüentar um casamento de aparência, com um homem que não ama e que não a ama e ainda por cima com uma amante. Porque esta conversa era só isso que parecia. 



-Eu também sinto falta dela. Agora preciso desligar. Tchau. 



Ele falou e desligou o celular, mas permaneceu olhando para o aparelho. 

Percebi que era hora da minha saída só que por sorte ou azar esbarrei em um vaso que caiu no chão alertando Edward de minha presença. 



-Quem está aí?- Ele perguntou com a voz grave. 



Bom o melhor era aparecer. A casa era minha eu poderia estar onde quisesse. 



Saí do meu esconderijo e percebi os olhos frios de Edward Cullen tornarem-se quentes a me ver. Caminhei pela biblioteca até parar próximo a ele. Ele não me intimidaria, ou melhor, eu não podia o deixar perceber o quanto me afetava. 



-Ora, ora se não a senhorita Isabella escutando atrás das portas. - ele disse malicioso. 



Levantei o queixo em sinal de desafio. 



-Pelo que eu sei a casa é minha e posso estar onde quiser senhor Cullen. 



Ele me fitou e logo um sorriso matreiro passou por seus lábios. 



-Posso saber de onde vem toda esta animosidade que sinto que tem por minha pessoa, Isabella? 



Eu nunca gostei de meu nome inteiro. Sempre me chamavam de Bella e eu adorava, até ouvir Edward pronunciando meu nome. Era tentador. O que ele tinha perguntado mesmo? 



-Impressão sua senhor Cullen. Eu não tenho nada contra o senhor, na verdade mal percebo que existe. - disse com todo sarcasmo que consegui. 



Ele gargalhou. 



Filho da puta arrogante. 



-Diz que me ignora, mas escuta minha conversa escondida. Isso não parece combinar muito com uma pessoa que ignore a outra. - seu tom de deboche me fez ver vermelho. 



-Eu estava sim escutando, mas por causa de minha irmã. Que irá se casar com um homem... um homem... 



-Sim. Continue. Um homem... 



Ele continuava se divertindo. Não percebi que estávamos nos aproximando. 



-Um homem arrogante que promete respeito e dedicação a ela e segundos depois esta todo derretido por outra mulher ao telefone. O senhor é um canalha senhor Cullen. 



-O que a faz pensar que era uma mulher, Isabella?- ele perguntou olhando fundo em meus olhos me fazendo perder o raciocínio ao olhar aqueles incríveis olhos verdes. 





-Por acaso eu disse um nome ou me manifestei de forma que fosse uma amante? 



Minha respiração estava descompassada. 



- Pare de tentar arrumar desculpas para o verdadeiro motivo de estar escutando minha conversa, Isabella. 



-Como assim? 



Não entendi o que ele quis dizer. 



-Que você esta com ciúmes de sua irmã, pois queria estar no lugar dela. 



-O quê? 



O que este homem estava pensando? Que eu queria me casar com ele? Só se eu fosse louca. 



-Admita Isabella. Você está com raiva por que será sua irmã a ser minha esposa. Será ela a compartilhar minha cama. E isto a enfurece não é mesmo? 



Mas era uma arrogante mesmo. 



Cheguei mais próxima dele. 



-Pois saiba senhor Cullen que nem que fosse o último homem da face da terra eu aceitaria ser sua esposa. Você é um arrogante filho da put... 



Ele me agarrou pela cintura fazendo com que me calasse instantaneamente. Todo meu corpo se arrepiou ao sentir seu corpo másculo colado ao meu. Seu cheiro de homem me entorpeceu. 



-Olha a boca menina... 



Eu estava hipnotizada. Seus lábios estavam próximos aos meus. 



-Que boquinha suja Isabella, e eu só vejo uma maneira de calar ela. - ele disse e seus lábios estavam quase tocando os meus. 





Continua... 






Casamento de Aparências: Capítulo 1




PVD de Bella 



A minha casa estava lotada, era gente para todo lado com vasos, talheres, arranjos de flores nas mãos subindo e descendo, dando ordens aqui e ali. 



Suspirei ao lembrar o motivo de tudo isso. O noivado da minha irmã. Um futuro casamento sem amor, um casamento de conveniência, um casamento fatigado ao fracasso. 



Eu ainda não entendo como Edward Cullen pode aceitar uma coisa dessas e muito menos entendo como minha irmã concordou com algo assim. 



Rose sempre foi uma rebelde assumida, jamais se deixou dobrar. E agora de repente virou um cordeirinho manso? Tem algo errado ai. Essa não é a Rose que conheço, não é minha irmã amada. 



Depois que a crise econômica européia afetou gravemente nossas empresas nossas famílias decidiram que o melhor seria unir as duas fortunas através de um casamento deles, o que hoje em dia é um absurdo! 



Sentei-me à mesa para tomar café da manhã e abri o jornal indo direto para área de economia. 



Eu sou Isabella Swan, tenho 24 anos e sou uma das diretoras administrativas da Swan Group a empresa da minha família que em breve se unirá a da família de Edward. 



- Bom dia querida, já grudada nesse jornal? Você e seu pai são iguaiszinhos. - mamãe disse me abraçando por trás e dando um beijo estalado em meu rosto antes de se sentar à mesa comigo. 



- Bom dia mamãe, preciso manter-me atualizada. - sorri. 



- Seu pai usa essa mesma desculpa, onde está sua irmã? Ainda dormindo? 



- Sim, é o noivado dela afinal, não?-respondi. 



-E você não está feliz com isso, não é mesmo?-mamãe perguntou tranquila. 



- Não é isso, eu não consigo enxergar Rose se casando por interesse. Ela sempre foi tão livre. 



- E isso preocupa você. - minha mãe constatou. 



Dona Renée me conhece muito bem. 



- Sim, tenho medo de vê-la infeliz. 



- Mas talvez eles sejam felizes daqui a um tempo. 



- Talvez mamãe, não existe certeza de nada. - eu disse passando geléia em uma torrada. 



- Querida nem mesmo nos casamentos por amor existe certeza de algo. - ela falou antes de bebericar seu suco de uva. - Não concorda? 



- Onde está papai? - preferi mudar de assunto. 



- É claro que não. - ela disse percebendo minha estratégia. - Seu pai foi mais cedo para a empresa, ele disse que tinha uma importante reunião ainda hoje. 



- Claro a reunião com o grupo japonês, eu preciso ir também. - falei engolindo meu café. - Amo você. - eu disse a ela antes de sair. 



Ainda a escutei desejar um bom dia, mas não respondi. Estava com pressa. 



Eu dirigi com rapidez pelas ruas de Los Angeles, mas sempre tomando cuidado. 



As horas passaram rápidas demais para mim, às dez da manhã eu já tinha participado de duas reuniões exaustivas e assinado uma pilha de papeis sobre minha mesa e ainda teria que ter uma longa conversa com meu pai antes da festa desse “bendito” noivado que seria dentro de algumas horas. Uma última tentativa de salvar Rose de um destino infeliz. 



- Entre. – eu disse quando bateram na porta de minha sala. 



- Oi amiga. 



- Olá amor, como está? - eu sorri para Alice. 



- Muito bem, mas você me parece chateada. - ela observou sentando-se a minha frente em uma das cadeiras do outro lado da mesa. 



Nós somos amigas desde a época do colegial quando tínhamos 15 anos, hoje somos duas mulheres bem sucedidas no alto de seus 24 anos. 



- E estou. 



- Ainda por causa do noivado da sua irmã? - eu assenti. -Você continua fascinada por Edward Cullen, não é? 



Alice sempre soube o quanto eu era fascinada por esse homem, o quanto seu jeito frio e misterioso me intrigava. Eu sabia que por trás de tudo isso havia muito mais a ser descoberto, sabia que por trás daqueles penetrantes olhos esmeradas havia um homem maravilho se escondendo do mundo e nas poucas vezes que o encontrei nas festas da alta sociedade não pude deixar de admirá-lo. 



- Na verdade não. – respondi com sinceridade. 



- Desde quando?- Alice indagou. 



- Desde que minha irmã e ele são noivos. - murmurei. -Você sabe que, apesar de Edward me fascinar eu nunca babei sobre ele como as outras mulheres. 



Muitas “damas” da alta sociedade se jogavam desavergonhadamente sobre ele, mas era notável que para Edward elas não tinham o menor valor, talvez por serem tão fúteis. 



- Não sei se acredito muito nessa sua afirmação amiga. 



- Por quê? Por mais que ele me fascinasse nunca estive disposta a arriscar algo com ele e ser apenas mais uma em sua cama e não é agora que isso vai acontecer. 



- O objeto de sua fascinação estará bem ao seu alcance, se eu fosse você não desperdiçaria essa chance. - ela disse displicente. 



-Alice! - exclamei chocada com sua afirmação. 



- Desculpe Bella, mas sinceramente não consigo entender como uma mulher feita de 27 anos como Rose pode aceitar uma situação dessas. 



Muito menos eu. Pensei. 



PVD de Edward 






Meus pensamentos estavam longe, dentro de algumas horas eu conheceria a família da minha noiva, eu seria um homem comprometido. Suspirei resignado. 



Eu não a amo, mas é o melhor para nossas famílias então é o que farei, pois não sou nenhum jovenzinho bobo em busca de amor, sou um homem feito que acaba de completar 31 anos e farei o que for preciso para salvar o patrimônio da minha família, por isso não pensei duas vezes quando meu pai me pediu para casar com a filha mais velha de Charlie Swan. 



Eu devo tudo aos meus pais, foi meu pai quem me ensinou a ser o homem forte que sou hoje e foi minha mãe quem me ensinou a dá valor a família, mesmo não sendo o filho que ele e minha mãe esperavam, eles merecem todo o meu respeito. 



Esme e Carlisle Cullen adotaram a mim e ao meu irmão, Emmett, quando tínhamos respectivamente, 4 e 2 anos de idade. Apenas Emmett era para ser adotado, mas minha mãe não suportou a ideia de nos separar e meu pai usou toda sua influencia para que meu irmão e eu pudéssemos ficar juntos com eles. 



Eu não sei nada sobre meu passado e nem mesmo sei se um dia desejarei saber. Se aqueles que colocaram a mim e a meu irmão no mundo nos desprezaram porque então eu devo querer um dia saber algo sobre eles? A única coisa que agradeço a eles é Emmett que sempre foi meu grande companheiro e mesmo eu sendo apenas dois anos mais velho que ele sempre busquei protegê-lo mesmo que de uma forma torta, pois nunca fui muito bom em demonstrar afeto pelas pessoas. 



A única coisa que lamento nesta situação é que após essa noite eu não poderei realizar o desejo de ter certa mulher em meus braços. Isabella é o seu nome. 



Uma mulher provocante e sensual que não parece fazer o mínimo esforço para ser assim, a primeira vez que a vi estávamos na festa de aniversário de um grande empresário alemão, eu a desejei de cara, mas os negócios não permitiram que eu me aproximasse naquela noite. Quando a vi outra vez ela estava acompanhada de um tipo que não me parecia merecê-la, mas ela parecia feliz ao lado dele e desde então não voltei a vê-la, nem seu sobrenome sei. 



- Entre. – eu disse e logo depois meu primo Jasper apareceu. 



- E então pronto para ser um homem comprometido? Seu noivado será dentro de algumas horas. 



Bufei. 



- Não preciso que me lembre disso. 



- Já pensou em sua despedida de solteiro? Pelo que sei o casamento será daqui há um mês. 



- Kety será minha despedida de solteiro, vai saber quando terei sexo outra vez depois desse casamento. - murmurei enquanto assinava alguns papeis. 



- Kety não é um das secretárias da Swan Grup?-Jasper perguntou. 



- Sim. - disse simplesmente. 



- Já imaginou se um dia sua noiva e ela se encontram Edward? Você sempre foi discreto, mas não é bom arriscar. – dei de ombros mostrando não me importar.-Você que sabe. Já sabe o nome da sua noiva? 



- Não tenho a menor ideia. - respondi ainda assinando aos papeis. 



- Alice disse que você terá uma grande surpresa ao conhecer sua cunhada. 



Meu primo Jasper é filho de Diana, irmã mais velha de Esme. Ele sempre foi o mais próximo que tive de um amigo e mesmo assim eu não conseguia me abrir com ele, nem com ninguém sobre meu passado, eu mal tinha contato com sua esposa nas raras vezes em que nos vimos, portanto não compreendi tal comentário e muito menos dei importância a ele. 



- Que milagre te ver fora da clínica. - comentei mudando de assunto. 



Jasper é médico, um dos melhores do país e um dos mais ocupados também. 



- Pois é, precisava de um pouco de descanso, mas amanhã estarei de volta. 



- Como “ela” está? - larguei os documentos de lado e olhei para ele esperando sua resposta. 



- Bem, mas quer te ver. É melhor atender seu pedido. 



- Farei isso amanhã. 



Ele não disse mais nada a respeito, ainda ficamos em meu escritório por cerca de duas horas antes de irmos embora por conta do tal noivado. 



Pela primeira vez eu dirigia pelas ruas de Los Angeles sem pressa alguma, eu estava ouvindo um clássico do Rock Perfect Strangers quando meu celular tocou. 



- Alô. – atendi sem se quer olhar quem era. 



- Filho onde você está? 



- Indo para o meu apartamento mamãe. 



- Não se esqueça de passar na lavanderia para pegar seu terno. 



Merda! Havia me esquecido completamente disso. 



- Certo dona Esme. 



- Você me parece tão desanimado querido, tem certeza que deseja levar esse noivado adiante? 



- Não se preocupe mamãe, eu estou bem, estou feliz.-menti, na verdade para mim tanto faz. 



- Eu sei que não está. Você pode contar sempre comigo querido, eu só quero sua felicidade meu filho. - minha mãe disse de forma suave. 



- Sei disso mãe, daqui a pouco chego ai. 



- Até daqui a pouco querido, eu amo você. 



- Até. 



Desliguei o celular fingindo não tê-la ouvido dizer a última frase, não sou dado as palavras, até mesmo gestos são complicados para mim. Mas eu a amo, mais do que isso eu a admiro e para mim minha mãe é a única mulher que merece meu total respeito. 



Ela é um anjo, provavelmente ela é a pessoa que mais me conhece nessa vida e, no entanto ainda sim desconhece muito sobre meu passado. Um passado que muitas vezes desejei não ter vivido, um passado doloroso que todos desconhecem e que não me deixa seguir em frente. 



[***] 



Após passar na lavanderia passei rapidamente em meu apartamento onde tomei um banho relaxante e me vesti quase voando para o tal noivado. 



Entrei em meu Volvo e pisei fundo no acelerador praticamente atrasado. Não demorei muito para chegar à poderosa mansão Swan, tão bonita quanto à dos meus pais. Moderna, mas também com um toque clássico, com imensas janelas de vidro a casa era de um tom suave de berger e piso de magno e seus jardins completamente imensos e floridos. 



Tudo isso passou a ser nada para mim quando a cabeça dos convidados que por ali já estava se voltaram para a imensa escadaria e meu olhar seguiu o movimento deles encontrando no topo da escadaria aquela que jamais consegui esquecer, desde que a vi, nas festas da alta sociedade. Isabella. 



Foi Alice quem me disse seu nome no dia da festa dos alemães. Ela estava tão deslumbrante quanto à primeira vez em que a vi, vestia um vestido roxo de tecido delicado e transparente com um generoso decote em V que ia até a metade de seu abdômen e brincava com o imaginário de qualquer um, ele era longo e as costas dela eram cobertas pelo tecido. Seus sapatos de tiras delicadas e seus acessórios eram dourados e seus cabelos soltos jogados para o lado lhe davam um ar extremamente sensual, porém não vulgar, o balança suave de seu corpo descendo as escadas era perfeito e por um instante cheguei a me perder nele ao ponto de quase não notar sua maquiagem tão delicada que mal era notável. 



Sem parar muito para pensar, mas com minhas emoções completamente controladas caminhei até ela, parei a sua frente pegando a sua mão e depositando um beijo sobre a mesma e por um instante vi surpresa em seu olhar, mas então uma máscara caiu sobre seu rosto quando Isabella se dirigiu a mim. 



- Senhor Cullen. - ela me cumprimentou de maneira polida. 



- Senhorita Swan é uma prazer conhecê-la, tenho certeza que nos daremos muito bem. Jamais imaginei que minha noiva fosse tão bonita. - um pequeno sorriso brincou na ponta de meus lábios. 



- E eu jamais imaginei que um homem como o senhor pudesse se prestar ao papel de se casar por interesse senhor Cullen. Sua noiva já está descendo. - Isabella rebateu com frieza. Seu olhar me fuzilou antes da mesma soltar minha mão e caminhar com altivez para longe. 



Eu realmente acreditei que ela fosse a filha mais velha de Charlie já que sempre a descreveram como uma verdadeira beldade, simplesmente deslumbrante. Exatamente como Isabella. 



PDV de Bella 



Nada do que eu disse ao meu pai adiantou, na verdade assim que comecei a falar ele usou a desculpa de está atrasado para uma importante reunião, só que a única reunião importante do dia era a dos japoneses e essa já tinha acabado há muito tempo. Eu tive vontade de gritar umas boas verdades para ele, mas me controlei, ele é meu pai não podia fazer isso por mais que tivesse vontade. 



Tudo o que me restou foi respirar fundo e apoiar Rose no que ela precisasse. 



- Rose você ainda pode desistir dessa loucura, não é justo você se sacrificar por nós. - falei enquanto a ajudava a se vestir, eu já estava pronta mesmo não concordando com nada. 



- Não se preocupe Bells, eu estou bem com isso. - Rose disse evitando me olhar. 



- Não minta para mim, nós duas sabemos que isso não é verdade. – eu disse a fazendo me olhar. - Posso ver em seus olhos que está mal com tudo isso, enfiá-la nesse casamento arranjado é o mesmo que matá-la pouco a pouco. 



-Talvez seja diferente, talvez um dia eu ame Edward Cullen. - Rose afagou minha mão ao falar.



- Mas e se ele não te amar como será? Eu não a quero infeliz meu amor e para ser feliz é preciso ser amada também. 



-Você me ama, nossos pais me amam isso basta. - seu modo de agir acabou me enfurecendo. 



- São amores completamente diferentes Rosálie! Eu odeio vê-la assim. Essa criatura submissa não é a Rose que eu conheço, não é minha irmã de verdade. – declarei. –Droga! Onde está àquela mulher cheia de garra que a vida toda eu aprendi a admirar?! 



-Bella, por favor, pare! Não vamos brigar, eu preciso de você. A Rose que você está acostumada tem que fechar as asas agora. - suspirei. Cabeça dura como é ela jamais mudará de ideia. 



- Certo, mas se precisar fugir eu ainda estou aqui. 



Nós nos abraçamos por um longo tempo e depois comecei a trabalhar em uma elaborada trança raiz nos longos fios loiros de seu cabelo macio. 



[***] 



Desci a contragosto para a festa de noivado quando já estava em cima da hora marcada, mas não esperava dar de cara com Edward Cullen tão cedo. 





Primeiro me surpreendi com seu cavalheirismo ao vir me cumprimentar, mas quase que de imediato me obriguei a ficar aparentemente neutra, tentei entender o que se passava por detrás daquele misterioso mar de esmeraldas verdes que eram seus olhos, mas ele escondia suas emoções com perfeição e depois senti raiva, nojo ao ser confundida por ele com minha irmã mais velha e o respondi friamente me livrando de seu toque e o deixando sozinho. 



Céus que destino aguarda minha irmã querida? Seu noivo nem ao mesmo sabe quem ela é. Pensei pedindo a Deus para que o rumo desta história fosse mudado e esse casamento não ocorresse. 





Continua...