PDV de Bella
Eu já havia corrido por alguns quilômetros e resolvi voltar para casa. Para meu espanto, Rose e Edward estavam sentados confortavelmente no sofá da sala do meu apartamento.
- Rose! Já chegou?
Perguntei nervosa.
- Achei que viria mais tarde. Não me abrace estou toda suada. - disse quando ela veio me beijar.
- Não me importo maninha, e por acaso não sabe que sou a criatura mais curiosa da face da terra. Quando disse que precisávamos conversar eu vim direto pra cá.
- Claro. Eu só vou tomar um banho e já conversamos.
Falei e olhei para Edward, só aí percebendo que ele estava todo arrumado como se fosse sair. O que era estranho já que combinamos de ficar este sábado em casa.
- Você vai sair?- indaguei.
Ele veio até mim me dando um super beijo que me fez ficar vermelha já que minha irmã estava presente.
- Eu ia, mas... Percebi que não era importante. Vou ficar com você. - ele falou piscando de leve para mim e eu entendi. Ele iria me ajudar a contar a Rose à verdade sobre seu nascimento.
- Ok. Obrigado. - falei dando um selinho nele. - Vou tomar uma ducha rápida e já volto.
- Quer ajuda?- falou maliciosamente.
- Edward!
- O quê?! Com ajuda é mais rápido.
- Com este tipo de ajuda não iria ser rápido. - murmurei baixinho, mas pude ouvir Rose rindo.
Saí da sala e fui para meu quarto me perguntado como iria contar a Rose a verdade.
Ao voltar encontrei ela ainda na sala com o celular na mão. Sorriu a me ver.
- Emmett está com saudades. Mandou-me uma mensagem tão linda, mas algumas coisas que ele escreveu eu não entendi como “força baby”. Por que ele escreveria isso?
Desviei os olhos dos dela.
- Onde está o Edward?- perguntei desconfiando que ele tivesse saído como pretendia antes de eu chegar. Será que iria atrás dos seus mistérios?
- Seu marido é um homem prendado. Está na cozinha preparando uns petiscos para comermos.
Sorri.
- Vamos Bella! Vai ficar enrolando? O que quer falar comigo?
Neste momento Edward entrou com mini sanduíches e suco. Ele se sentou ao meu lado.
- Tanto mistério...
Rose brincou.
- Rose o que temos pra te falar é algo serio.
- Vocês têm toda minha atenção.
Então eu contei a ela tudo o que descobrimos. Todos os detalhes.
- Papai e Carlisle queriam seu casamento com Edward por dois motivos: O primeiro, por parte de Carlilse, era ter a filha que ele teve que ver de longe, próximo a ele sem que ele tivesse que contar nada a Esme. A fim de não magoa-la. Já para nosso pai era por conta do seu temperamento explosivo. Ele tinha medo que você se colocasse em confusões e achou que com o casamento você seria mais... Pacifica. Então eles se juntaram e o resto você sabe o que aconteceu.
Rose estava muda.
- Rose você entendeu tudo?
Perguntei a ela já preocupada com seu silencio.
- É claro que eu entendi... Entendi que todos querem me controlar.
Ela disse furiosa.
- Rose...
- Não Bella, é assim mesmo. Eles pensam o quê?! Que serei uma marionete em suas mãos. Pois estão muito enganados agora é que eles vão ver do que a Rose explosiva é capaz.
Ela pegou sua bolsa e se levantou para sair, quando a campainha de nosso apartamento soou. Edward foi até a porta a abrindo e revelando Carlisle Cullen parado a porta.
- Oi filho será que nós poderíamos...
Ele parou ao ver Rose, que o encarava.
- Entra pai. Nós acabamos de contar a verdade a Rose.
Carlisle entrou com os olhos fixos em Rose. Ela o encarou friamente.
- Oi sogro.
- Rose eu...
Carlisle tentou falar mais foi interrompido pela fúria da minha irmã.
- Ou pretende que eu o chame de papai... rá pode esperar sentado.
Ela se encaminhou para a porta.
- Rose eu só queria explicar...
- Não precisa explicar. Você me deu quando eu era apenas um bebezinho por conta de uma mulher. Sua filha, em troca de uma mulher?! – Rose disse com sarcasmo. - Quem faz isso? Quem troca a filha por uma mulher?
- Não é qualquer mulher Rose. Era minha esposa.
- Dane-se você e a porra da sua esposa!
- Devagar Rose! – Edward rugiu- Está falando da minha mãe.
- Danem-se todos vocês!
Ela disse saindo.
- Rose? Por favor, Rose. - falei, mas não obtive sucesso.
Após este episodio Carlilse se trancou com Edward no escritório, e de lá saiu diretamente para o flat em que estava.
Edward veio até mim me abraçando. Eu estava sentada em uma espreguiçadeira na nossa varanda.
- E aí como ele está?
- Bem na medida do possível. Ele sente muito a falta da minha mãe.
- Acha que eles irão se divorciar?
- Acho que não, não sei. Tudo depende da dona Esme.
- Viu como uma relação pode se despedaçar por conta de um segredo?- eu não tive a intenção de soar como uma cobrança, mas foi exatamente assim que soou.
- Isabella... Eu... Eu sei que te devo respostas. E vou te dar. Eu só te peço um pouco de paciência. Não é uma coisa fácil pra mim, mas prometo que assim que eu me sentir um pouco mais seguro eu vou te contar tudo.
- Seguro? Seguro de que Edward?
- Seguro em nossa frágil relação. Isabella... Eu não quero que acabe... Não quero que o que nós temos acabe.
- E por que acha que pode acabar se você me contar?
- Vai por mim. Pode sim acabar... Eu não quero te perder.
Meu coração acelerou por dois motivos. Primeiro: o que era este segredo de Edward que fazia achar que eu não iria querer mais ficar com ele? Segundo: suas palavras me deram a certeza do que eu desconfiava. Eu também não o queria perder. Eu estava apaixonada por ele. E ele? Estaria por mim também?
- Tudo bem Edward eu vou te dar mais tempo. Só não demore muito, não sou conhecida por ter paciência.
O assunto foi enterrado ali, pelo menos pelos próximos dias. Eu percebia pequenas mudanças no comportamento de meu marido. Ele estava mais atencioso comigo. Cada vez mais ardente na cama. Um tesão. Nossa ficava sem fôlego só de lembrar. E ele estava ignorando algumas ligações em seu celular que eu imaginava ser daquela tal de Tanya.
Não vou dizer que a ver ligando pra ele não me incomodava por que incomodava sim, mas como ele ignorava todas as chamadas eu estava um pouco mais confortável. Só ficaria totalmente confortável quando ele me dissesse o que ela significava em sua vida.
PDV de Edward
- Pai você e a mamãe precisam conversar com calma. - disse a meu pai. Estávamos ao telefone há alguns minutos. – Por isso eu e Bella decidimos fazer um jantar hoje em nosso apartamento e você e a mamãe estão convidados. É uma oportunidade para que possam conversar num ambiente neutro.
- Sua mãe vai concordar com isso?
- Eu já falei com ela. Ela não sabe que vai estar lá, mas garanto que ela não vai se importar pai. Ela quer conversar com você só não quer admitir.
- Não estou certo disso. Não quero pressiona-la apesar de estar morrendo de saudades dela.
- Você a ama mesmo, não é pai?
- Sim, muito meu filho. Ela é a minha vida.
Eu andava pensando muito nisso ultimamente. Amor. Como se sabia quando se estava amando alguém?
- Pai... Como se sabe quando se está amando?
- Ah meu filho às vezes é difícil de saber você só simplesmente começa a perceber que ela é toda sua vida. Que você somente quer vê-la feliz. Olhar pra ela já basta.
Ele descrevia todas as coisas que eu sentia quando pensava em Isabella.
Eu vinha lutando com os sentimentos que a todo o momento me perseguiam. Eu queria confiar em minha esposa. Contar a ela o que me atormentava e quem sabe assim ficar livre do passado. Ou pelo menos conseguir viver sem tanta culpa.
- Você ama sua esposa meu filho?
- Eu... Bom eu... Preciso desligar pai.
Desliguei e tentei me concentrar no trabalho. O som do meu celular me alertou de que Tanya estava novamente me ligando. Peguei o celular e olhei atentamente. A vontade de atender era grande. A culpa também. Mas havia algo que estava se tornando mais importante do que tudo. Isabella.
Eu havia amado o que ela fez ao deixar claro a James Castelle que o queria longe dela. Ela fizera isso por nós. Por nosso casamento. Ela estava diferente cada vez mais carinhosa e atenciosa. A mulher que julguei ser uma gatinha selvagem se mostrava doce, gentil, sincera e apaixonante. Ela estava me dando um voto de confiança e eu faria o mesmo por ela. Ignorei a ligação de Tanya como já estava fazendo há alguns dias, através de Jasper eu sabia sobre o estado de saúde dela.
A decisão estava tomada. Eu só iria voltar a atender Tanya quando contasse tudo a minha esposa.
**
Enquanto Rita, nossa empregada, preparava o jantar em que tentaríamos dar uma chance para que meus pais pudessem conversar, eu e minha esposa estávamos deitados na espreguiçadeira na varanda do apartamento. Um lugar que estava se tornando nosso preferido.
- Conseguiu falar com a sua irmã?
Perguntei a ela enquanto ela descansava a cabeça em meu peito e eu acariciava seus cabelos. Eu nunca fui um homem muito carinhoso, mas o que eu mais gostava neste momento era acariciar Isabella.
- Não. Ela se nega a falar com todo mundo. Menos o Emmett. - Isabella respondeu de olhos fechados.
- Talvez seja através dele que deva tentar se aproximar dela. E eu achando que você era a difícil de conviver?-falei rindo.
- Não pense que eu esqueci isto. Você realmente não me conhece querido marido. – ela disse brincando.
Puxei Isabella mais para cima e a beijei ardente. Minha língua procurando a sua. Ela respondendo com igual vigor. Droga! Eu acho que estava me apaixonado pela minha mulher se é que já não estava apaixonado.
Quando paramos o beijo estávamos arfantes.
- Eu quero me abrir com você Isabella. – falei.
Vi que minha esposa ficou surpresa. Na verdade até eu fiquei com minha atitude.
- É o que eu mais desejo Edward. Que se abra comigo.
- Eu... Eu vou te contar tudo que escondo. Escondo de todos. De minha família, amigos, conhecidos e por vezes até de mim mesmo.
Ela olhou e percebi em seu rosto expectativa e receio.
Respirei fundo pensando nas palavras que poderia dizer a ela.
- Como você sabe, eu e Emmett fomos adotados quando éramos pequenos. Eu tinha quatro anos e ele dois anos. Tenho poucas lembranças de meus pais verdadeiros. O que lembro é de vários rostos. Pessoas que cuidavam de mim, mas não sei dizer quem delas seria meu pai e minha mãe. Até bem pouco tempo atrás eu não sabia nada sobre a historia de minha infância. Logo após que nos casamos, eu procurei algumas informações e não foi difícil encontrar. O engraçado é que só depois que me casei com você é que eu tive este desejo de saber mais sobre meus pais verdadeiros. Não me pergunte o porquê, pois não sei explicar. Pelo que pude apurar, meu pai morreu logo que Emmett nasceu. Ele era um homem muito pobre, mas digno que teve o azar de estar na hora e lugar errados em um assalto. Minha mãe biológica era órfã sem nenhum parente e com duas crianças para criar, além disso, tinha leucemia. O único porto seguro dela era meu pai. Com a morte dele ela não tinha muita escolha ao não ser nos dar para adoção. Pelo que fiquei sabendo pouco antes de morrer ela ficou sabendo que ambos fomos adotados e morreu feliz por saber que estávamos bem, com uma família que iria nos amar e proteger. Então minha vida familiar passada não representa nenhum trauma em minha vida, pelo menos não totalmente.
- Por mais que isso não tenha sido traumático pra mim, e mesmo Esme sendo uma mãe maravilhosa eu sempre me senti meio carente de afeto maternal.
Olhei Isabella e ela permanecia prestando muita atenção no que eu falava.
- Durante minha infância aprendi a apreciar musica e o piano foi o que mais me interessou, mas eu era meio desligado. Meu pai comprou um piano pra mim que eu tocava ocasionalmente. Então quando eu estava com 17 anos eles contrataram uma professora de piano. Ela era... Linda e muito mais velha que eu. Eu fiquei encantado com ela e... Eu era meio tímido em relação às mulheres. As garotas da minha escola não me chamavam atenção então...
- Sr. Cullen?
Rita nossa empregada entrou timidamente. Percebi a carranca de Bella ao sermos atrapalhados.
- O porteiro avisou que sua mãe está subindo.
- Certo. Obrigado Rita.
Ela se retirou.
- Não pense que vai fugir desta conversa. Agora que começou vai ter que terminar.
- Isabella, nós teremos todo o tempo do mundo para conversarmos sobre isso. Se não for agora será em outro momento. Eu falei serio quando disse que queria me abrir com você, mas agora minha mãe precisa de mim mais do que qualquer outra coisa.
Peguei sua mão e a beijei levemente.
- Tudo bem.
Ela disse conformada.
PDV de Bella
A mãe de Edward estava aparentemente bem. Ela era uma mulher muito sensível e simpática. Conversamos sobre amenidades até Edward ir atender uma ligação que eu já sabia ser de Carlisle, pois ele mencionara no meu ouvido antes de sair. Então eu e Esme ficamos a sós.
- Bella querida, fico tão feliz por ver como você está fazendo bem a meu filho.
Dei um sorriso simpático a ela.
- Seu filho ás vezes é uma incógnita. - falei sincera.
- Eu sei. Edward ás vezes pode parecer frio e misterioso, mas ele tem um coração de ouro. Sabe, que depois que me recuperei da depressão por descobrir que não podia ter filhos, fomos adotar Emmett. Eu não sabia que ele tinha um irmão também para ser adotado. Eu estava com Emmett em meu colo para que ele se acostumasse com minha presença e Carlisle estava ao meu lado. E tinha outras crianças próximas então aquele lindo menino ruivo se aproximou de mim e disse:- “A senhora que vai levar meu irmãozinho pra casa?” Aquilo partiu meu coração e me apaixonei por ele naquele momento. Carlisle e eu o adotamos e nunca nos arrependemos da decisão que tomamos. Edward sempre foi um filho maravilhoso, mas aos 17 anos ele mudou...
Minha atenção se voltou para o que Esme havia dito. Eu poderia saber dela algo sobre meu misterioso marido, mas não era justo. Edward estava confiando em mim, e eu iria esperar por ele.
Continua...