quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Eternamente Sua: Capítulos 13 e 14


Capítulo 13

PDV de Bella


Edward e eu não queríamos voltar da viagem, mas infelizmente nós não podíamos ficar eternamente lá, apesar de esse ter sido o meu desejo para poder tê-lo só para mim, e acredito que de certa forma era o desejo dele também.



Eu o amo tanto!



Assim que chegamos em casa ele foi para a empresa e eu fiquei no escritóriolendo e assinando documentos da empresa da defunta. O estranho é que eu achei que isso fosse ser realmente difícil para mim, mas não estava sendo bem assim, na verdade estava sendo até fácil e eu ficava me perguntando o porquê disso.



Na realidade eu estava me perguntando o porquê de um monte de coisas que acontecia na casa dos Cullen. Por que Rose aceitou minhas mentiras tão fácil? Por que, se eu cometia tantas gafes de comportamento, ninguém desconfiava de nada? Se Jasper tinha alguma coisa com a defunta por que ele ainda não havia tentado nada? Longe de mim querer que ele tentasse é claro, na verdade eu andava fugindo e muito dele.



–Entre. –eu disse quando alguém bateu na porta do escritório.



–Com licença senhora Cullen, mas acabaram de chegar essas flores para a senhora. –uma das empregadas da casa me disse antes de me entregar o buquê de flores.



–Obrigada, pode se retirar. –eu disse tentando disfarçar meu aturdimento.



Era um buquê de rosas violetas enroladas em papel negro, o tipo de flores que você mandaria a um velório. Não tinha remetente algum no cartão negro, que só tinha o nome da defunta escrito em letras também cor de violeta.



Aquilo me assustou. Era como se fosse um aviso, um tipo de mal pressagio.



Eu as joguei fora, não ficaria com aquilo mesmo!



–Quem mandou isso para a defunta?-pensei alto, enquanto estava prestes a subir as escadas até o quarto.



–Bella. –parei no meio do caminho ao escutar Jasper me chamar e me voltei para ele relutante.



–Sim?-perguntei.



–Podemos conversar?-ele questionou passando as mãos nos cabelos e parecendo meio constrangido e chateado ao mesmo tempo.



–Não acho que essa seja uma boa ideia, pelo menos não agora. –falei apressada, querendo voltar a subir outra vez.



Ficar sozinha com Jasper era a última coisa que eu queria por medo do que poderia vir a acontecer.



–Será que eu posso saber por que você foge de mim como se eu fosse uma assombração?-a sua pergunta me pegou de surpresa e me fez estancar no lugar.



Que ótimo! Eu não esperava uma abordagem tão direta, mas eu também não tinha como responder isso ali na sala.



–Vamos até o jardim dos fundos. –pedi.



Seguimos calados até o jardim. Havia uma espécie de estufa, onde Esme passava a maior parte do dia, era ali que iríamos conversar. Eu estava muito nervosa, não sabia o que esperar desta conversa. E se ele tentasse algo?



– Acho que aqui podemos conversar com calma. – falei – Onde está sua esposa? – tudo o que eu não precisava era Alice querendo meu fígado por estar conversando com o marido dela



– Ela saiu. Foi à casa de uma amiga. Bella... – Jasper disse quando eu o encarei. – Eu não entendo esta sua hostilidade. Antes da sua viagem a Suíça, você me evitava como seu fosse alguém com uma doença horrível. Por quê? O que eu fiz? Por que não pode ser como antigamente? – ele perguntou parecendo angustiado.



Eu olhei de outra forma para ele. E se por ventura ele tivesse sentimentos pela defunta? Eles poderiam estar apaixonados... não. Sempre que estas duvidas entravam em minha mente eu sempre as espantava. Não importava. Somente Edward era importante para mim. Olhei Jasper que aguardava minha resposta.



– Jasper... isso não é certo... – murmurei.



– Por que não? O que tínhamos era tão bonito. É por Alice? Por Edward? Sabe que ele não se importa. – ele disse.



Como é que é? Edward não se importava que sua esposa tenha um caso com seu irmão? Duvido muito.



– Quanto a Alice... – ele continuou - Sabe que não precisa se preocupar, eu sei lidar com ela. – Porra! Que tipo de homem ele é? Pensei.



Jasper deu um passo à frente e eu recuei derrubando um vaso de orquídeas de Esme.



– Droga! – me abaixei para juntá-lo. Quando percebi Jasper me ajudava. Ele estava próximo. Próximo demais.



Levantei tentando me afastar, mas ele segurou minha mão.



– Bella... eu... não quero que se afaste. Sabe o quanto é importante para mim. – ele disse e acariciou meu rosto. – Você é tão especial.



– Mas que merda está acontecendo aqui?! – saltei ao ouvir a voz de Alice.



Ela nos olhava com fúria. Jasper ainda segurava minha mão. Puxei minha mão da dele.



– Alice, por favor... – Jasper disse tentando acalma-la.



– Calma o caralho! Então é aqui que o casalzinho se encontra? Que romântico. – disse mordaz.



– Deixe de besteira Alice. – Jasper disse. Eu não falei nada. Não sabia o que dizer.



Alice olhou para mim e então sua fúria se duplicou.



– Sua vadia ordinária! Por que não deixa meu marido em paz?! – sangue de barata tinha limites né.



– Eu não fico atrás de ninguém. Ele que veio atrás de mim. – falei.



Então ela avançou para cima de mim sendo segura a tempo pelo marido. Ela espumava de raiva.



– Sua falsa. Eu te conheço e não é de hoje Isabella. Se faz de santa, mas não passa de uma vadia dissimulada que dá em cima do marido das outras. Nem desmemoriada deixou de ser vadia. - ela gritava.



Estaquei. Como é que é? O que ela sabia sobre minha perda de memória?



– Cala a boca Alice! – Jasper disse tenso.



– O que você disse? – perguntei com o coração aos saltos.



Ela sorriu. Um sorriso cínico.



– Ah peguei no seu ponto fraco, não é? Como é que eu sei que você perdeu a memória?- ela dizia não escondendo sua satisfação por minha confusão.



– Vamos sair daqui Alice. – Jasper tentou arrasta-la, mas ela se soltou dele e ficou a minha frente.



– Sabe como eu sei? Assim como eu sei que você é Isabella Swan. – arregalei meus olhos.



Então ela começou a gargalhar. Muito. Muito mesmo. Eu já estava desconfiando que ela tinha algum problema de cabeça.



– Sua estúpida. Acha mesmo que pode existir duas pessoas tão parecidas no mundo e ainda com o mesmo nome? – falou.



– Já chega Alice! – Jasper gritou.



– Não! Eu vou falar. Vou falar tudo. – ela sorriu para mim.



– Não de ouvidos Bella. Alice está descontrolada. – Jasper disse nervoso. – Vamos Alice. Não faça algo que possa se arrepender depois.



– Eu quero ouvir. O que tem a dizer Alice? – perguntei.



– O óbvio, mas que só você, sua idiota, não percebeu ainda. Não existe esposa morta do Edward coisa nenhuma. Sabe por quê? Por que “ela” é você. Você é a esposa do Edward que supostamente “morreu”. – ela disse fazendo aspas com as mãos. Senti minha boca seca e meu corpo mole.



– Isso é... mentira. – sussurrei.



– Não sua imbecil, não é. Você é tão burra assim ou que? Não tem possibilidade de duas pessoas tão parecidas a ponto de outra se passar por ela. Você perdeu a memória há três anos, não é? Então você é a esposa do Edward. Mas vendo agora você continua a vadia igual a antes do acidente, e pode ser até que não tenha perdido a memória coisa nenhuma e nós estejamos fazendo papel de idiotas. – ela disse.



Não. Não podia ser verdade. Era tudo uma loucura. Era isso, Alice havia enlouquecido.



Comecei a rir.



– Sua maluca. – falei – Está com tanto ciúmes do marido que surtou de vez. Olha Alice eu não quero nada com o Jasper pode ficar com ele todinho pra você. – falei.



– Acha que eu acredito nas suas palavras doces Isabella. Não acredito não. E tudo o que eu falei é verdade, é só juntar as peças meu bem, mas tem uma coisa que pode te fazer ter certeza do que eu digo. Você tem dupla nacionalidade. Americana e italiana, por isso fala tão bem italiano. Com a perda de memória não nos esquecemos de outra língua. Vamos lá, fale em italiano e então verá que o que eu digo é verdade. – ela estava pirada. Só podia.



– Eu não falo italiano. – disse convicta.



– Sua vadia mentirosa. Você só mente Isabella. Você não presta. – ela gritou quase me meu rosto.



Empurrei-a.



– Para de me insultar Alice.- avisei. Eu já estava de saco cheio das acusações e loucuras dessa mulher.



– Eu vou falar tudo para o Edward. Tudo. Que você não vale nada, que é uma puta que está fodendo com irmão dele não respeita nada e nem ninguém. – ela gritou.



Não. Ela não iria envolver Edward nesta sujeira. Minha mão foi certeira no rosto delicado dela. A marca vermelha se formou e furiosa gritei.



– Cagna maledetta, non capisci che non voglio il tuo marito, io ... * - parei subitamente.



O que eu havia dito? E que língua era está?



Então como um terremoto a compreensão tomou conta de mim. Eu havia falado em italiano, como a própria Alice havia dito que Isabella Cullen falava.



Engoli em seco e lagrimas começaram a rolar. Comecei a juntar as peças.



– Bella? Só pra você saber, minha esposa também gostava de ser chamada de Bella.- ele disse e se afastou entrando em seu volvo.



É claro, pois era apenas uma Bella.

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–Estou com medo, e se sua família desconfiar?

–Eles não vão, confie em mim. Tome. – ele me entregou vários papéis em uma pasta.



Claro que não, pois todos sabiam que eu e a defunta éramos a mesma pessoa.

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– Edward parece tão feliz por que voltou. Fico feliz. – ela disse. – Todos nós ficamos felizes por que você voltou Bella. É claro que sabíamos que estava em Milão a trabalho, mas...

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–Como você está? Faz tanto tempo que não nos vemos, você...

–A Bree não exagera! Bella só ficou fora dois meses. –Rose a cortou.

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– Senti tanto sua falta minha irmã. – ele falou tão triste que meu coração se apertou.



Ele realmente sentiu falta da irmã. A irmã dele era eu.

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– Eu tive um sonho... muito estranho. Acho que estou impressionada. Por que não me falou que Emmett e Rose tiveram um filho? E que este filho morreu?

– Tommy estava sob minha responsabilidade e de Isabella quando morreu. – meus olhos cresceram com minha surpresa – Então, por favor, não toque mais neste assunto.



O sonho que tive não foi um sonho, foi uma lembrança.

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– Haviam me falado que você estava diferente, mas não imaginei que fosse tanto. – ele disse analisando-me. Engoli em seco. – Está muito melhor assim querida. Gosto desta nova Isabella. Os anos que passou fora lhe fez muito bem.



Anos. Sim. Foram anos. Três anos.



Meu peito ardeu com a confirmação.



Eu era Isabella Cullen.



Eu era a esposa de Edward.



Não havia defunta porcaria nenhuma.



– Ahhh! – gritei, a dor me rasgando por dentro.



– Eu disse. Viu não estava mentindo você é a esposa do Edward. E todos nós sabíamos disso. – Alice disse cravando o punhal ainda mais em meu coração.



– Chega Alice! Já não causou mal demais?! – Jasper falou, mas eu não consegui prestar atenção no que ele dizia. – Bella? Bella você está bem? – ele perguntou.



Então de repente Emmett entrou com uma cara assustada.



– Eu ouvi gritos. O que está acontecendo aqui? – perguntou e então olhou em meu rosto. Meu irmão. Ele era meu irmão de verdade. – Bella? O que houve?



– Ela já sabe Emmett. – Jasper disse – Já sabe de tudo.



Emmett me olhou.



As lágrimas me segavam, mas o ódio e a raiva misturadas com a magoa eram mais fortes que minhas lágrimas.



– É bugiardo, traditore!*- gritei.



A dor em meu peito era quase insuportável.



Emmett tentou se aproximar.



– Calmati cara. * – Emmett disse.



Vi Carlisle, Esme e Rose ali. Eu nem havia percebido que eles estavam ali. Todos sabiam. Todos eles sabiam de tudo.



– Ela está falando na língua que falava quando ficava irritada? – ouvi Carlisle perguntar sussurrando.



– Bella... – Rose tentou falar comigo, mas meu olhar a fez parar.



– Perché hanno fatto questo? Perché? *– choraminguei.



– Non ho mai voluto mentire, ho ... * – Emmett disse.



– Non mi merito questo! *- falei sentindo minha mente nublar.



Então o rosto daquele que meu coração pertencia apareceu em meus pensamentos. Ele sabia. Ele sempre soube. Ele me enganou.



Olhei para a família que aprendi a gostar.



– Voi siete tutti traditori. Tutti. *



Então a escuridão tomou conta de mim.



***



Eu estava em uma espécie de sonho sem rostos. Sentia meu corpo exausto. A escuridão queria me dominar. Eu queria sair dela, mas não conseguia. Forcei-me a abrir os olhos.



Eu estava deitada em uma cama. Era o quarto. Meu quarto. Ao me sentar vi Edward sentado na poltrona ao lado.



Meus olhos se prenderam aos dele.



Continua...



*1( Maldita! Não percebe que não quero seu marido, eu...)



*2 (Seu mentiroso, traidor)



*3( Calma Querida)



*4(Por que fizeram isso? Por quê?)



*5(Eu nunca quis mentir, eu...)



*6(Eu não merecia isso!)



*7(Vocês são todos traidores. Todos.)




Capítulo 14




PDV de Bella



Por alguns instantes eu o ignorei fingindo não tê-lo escutado, buscando forças dentro de mim que eu nem se quer sabia se existiam ou não para enfrentá-lo sem fraquejar diante do enorme amor que nutro por ele.



–Bella meu amor. – ele voltou a repetir me chamando e dessa vez eu não podia mais ficar quieta, então me sentei na cama e nem sei como o encarei fixamente.



–Não me chame assim, nunca mais! Você não tem esse direito. - eu disse em um tom de frieza que assustou até a mim mesma.



–Bella, por favor, não fale assim, me deixe explicar. – ele pediu com os olhos suplicantes.



–Para quê? Para que você me diga mais mentiras? Para que você tente enganar a tonta aqui outra vez?- questionei desdenhosa.



–Eu não menti por querer, foi para o seu bem. – Edward falou quase como se estivesse em desespero.



–Imagina quando for para o meu mal! O que vai fazer? Me matar?- nem mesmo o ácido ou uma bala teria sido tão potente quanto minhas palavras foram sobre Edward.



Seu olhar era uma mistura de dor e magoa.



–Me acha tão monstruoso assim?- ele questionou quase como se não tivesse forças para pronunciar as palavras.



–Eu não sei. Eu achei que conhecia você, mas já vi que me enganei. –murmurei, saindo da cama.



–Como pode me julgar se nem mesmo saber por quê?- eu pude escutar a pura dor em sua voz, mas a essa altura das coisas isso não me importou.



–Tem razão, eu não sei, então diga-me: por que mentiu tanto? Por que foi tão hipócrita ao ponto de mentir tão descaradamente?



Eu o encarava sem de fato fazer isso, pois em minha mente pulsavam milhares de possibilidades.



–Bella... –Edward começou, mas eu não fui capaz de prestar atenção ao que ele dizia, pois uma lembrança veio forte em minha mente.



“Olha Bella não sei o que está acontecendo com você, só sei que antes de viajar você me disse que estava tendo um caso com seu cunhado, e que não via à hora de se livrar de Edward e ficar com ele. Até achei que esta sua viagem fosse pra isso, mas aí vocês voltaram e ainda estão juntos e não estou entendendo mais nada”. Bree havia me dito. E se eu realmente traísse Edward com o irmão dele antes de perder a memória? E se ele houvesse descoberto? E se meu marido me escondeu isso só para se vingar de mim? Marido... e pensar que me referir a ele assim antes me parecia errado quando, na verdade erra o mais correto.



Estes pensamentos me deixaram assustada e o medo de que eles sejam a pura realidade quase me devorou. Deus que eu não tenha sido uma devassa! Pedi, pois eu sinceramente não tenho coragem para enfrentá-lo e perguntar, não agora. Mas mesmo que fosse Edward, e todos os outros não tinham o direito de brincar com a minha vida assim!



–O que você está fazendo?- ele perguntou quando fui em direção ao closet e comecei a pegar alguns pertences de lá.



–Não é óbvio?- perguntei desta vez sem emoção alguma na voz.



–Você não pode ir embora!- Edward disse quase como se fosse uma ordem, ou talvez, fosse a apenas seu desespero no momento falando por ele.



–E por que não?- o enfrentei.



–Você é minha esposa! Eu te amo, nós nos amamos. - respondeu.



–É mesmo? Pois, isso já não quer dizer nada para mim! Quem te garante que eu não menti para você ao dizer que te amava? -quando soltei as palavras sem pensar muito no que dizia, pois eu só queria magoá-lo como eu fiquei magoada Edward recuou alguns passos instantaneamente, ficando sem reação.



Eu nunca vi tanta dor em seu olhar como nesse instante, ou pelo menos não me recordo de já ter visto e fiquei tão entorpecida com tudo o que se passou que nem mesmo liguei e lhe dei as costas sem nunca olhar para trás.

Já no meio do corredor o escutei me chamar quando ele finalmente pareceu acordar para a realidade, mas, ao invés de voltar eu quase corri e desci as escadas de dois em dois degraus e com tanta presa que acabei tropeçando no penúltimo degrau e quase fui ao chão. Peguei a primeira chave de automóvel que vi na mesa de centro da sala e saí, só para chegar à garagem e descobrir que havia pegado a chave do Aston Martin Vanquish de Edward, carro que segundo o próprio era seu preferido.



–Excelente, assim eu posso sair por ai e descarregar minha raiva de você de algum modo, talvez eu resolva bater no primeiro poste que apareça na minha frente com seu carro. – murmurei comigo mesma antes de abrir a porta traseira, atirar minha mala, entrar no lado do motorista e meter o pé no acelerador.



Eu dirigi o mais rápido que pude, correndo a mais de 200 km por hora sem saber direito para onde ir, me sentindo totalmente desorientada.



Eu estava irritada por ter sido tão enganada, mas muito mais do que isso eu estava magoada, totalmente destroçada por dentro. Perder a confiança naquele que se ama e descobrir que toda sua vida na realidade é um castelo de areia não é fácil, não é algo que você possa administrar como queira.



Quando vi eu já estava na estrada a caminho do aeroporto, inconscientemente querendo voltar para Nova Iorque, mas parei ao notar que estava sendo seguida.



– Maledetto stupido!* - grunhi em italiano, língua que não sei explicar como me parece agora tão fácil de falar, se até algumas horas eu nem mesmo sabia que falava, mas que irritada agora fluía tão naturalmente de mim.



Sem muita escolha parei no acostamento da estrada e abri a porta do carro para sair batendo a porta com força ao fechar.



–Eu sei que você está furiosa agora e que provavelmente quer a cabeça de todos nós, mas, por favor, me escuta. – Emmett pediu saindo de seu carro ao parar também e se aproximar de mim.



–Por que razão eu te ouviria? Você é igual a todos naquela casa! Me traiu quando deveria ser quem mais deveria me apoiar!- o acusei outra vez.



–Eu sei disso Bella, eu...



–Foi porque eu matei seu filho, não é? Eu arruinei sua vida, você deve me odiar por isso. – falei.



Os olhos de Emmett se arregalaram e de repente ele me agarrou pelos braços e me sacudiu.



–Você não tem culpa pela morte de Tommy! Eu nunca te culpei por isso. Como poderia se sempre cuidou de mim? Protegeu-me como uma leoa e sei que amou meu filho tanto quanto eu. Acredite Bella, eu daria tudo para estar no seu lugar e ter perdido a memória, daria tudo para esquecer tudo de ruim que aconteceu. – havia tanta dor e verdade em seu olhar que eu não pude duvidar de suas palavras, além do mais, alguma estranha ligação entre gêmeos me fazia sentir tudo o que ele sentia e agora talvez eu possa entender porque muitas vezes me senti angustiada nesses três anos quando não havia explicação para tal sentimento. – Não encare esta sua perda de memória como uma desgraça e sim como uma chance de recomeçar.



Não sabia se agora sabendo de “toda” a verdade seria tão fácil recomeçar.



– Nem tudo é como imagina Bella. Edward... – só em ouvir o nome dele meu coração sangrava.



– Não ouse defendê-lo. – falei.



– Não vou defendê-lo. Eu sempre fui contra. Não achei que esta fosse a solução para os problemas, mas ele tomou essa atitude com a melhor intenção. Disse eu tenho certeza.



– É tudo papo furado. Tudo mentira. – falei segurando as lágrimas que eu queria deixar seguir livremente pelo meu rosto.



– Bella... nem tudo é mentira... quanto a saúde de Esme por exemplo isto não é mentira. Ela tem sim um grave problema no coração e a ama como uma filha. Ela nos dizia quando você estava ausente que não queria morrer sem antes abraçá-la. Sem antes rever-lhe.



Meu coração se apertou. Não havia duvida do quanto Esme gostava da defunta, no caso eu.



– Olha só. Espaireça um pouco. Pense em tudo. Se afastar da mansão como quer fazer você nunca saberá de tudo, não é o que mais quer no momento? Juntar as peças que faltam em sua memória? – ele perguntou.



Emmett se despediu de mim e eu segui em frente, agora num ritmo normal, até uma praça. Não sei por que e nem como eu conhecia este caminho. Devia ser mais alguma lembrança assim como a língua italiana.



Sentei em um banco e fiquei admirando a natureza até que a dor em meu coração foi demasiado e eu chorei. Chorei tudo o que pude e o que não pude.



Senti uma sombra perto de mim e encarei quem estava próximo a mim. Era só o que me faltava mesmo, pensei.



– O que quer Bree?- Perguntei sem humor.



Minha prima me olhou e sentou-se ao meu lado.



– Sempre que ficava triste você vinha até esta praça. Lembra-se? – ela falou e depois deu um riso. – É claro que não. Não pode se lembrar, não é Bella?



Todos sabiam, até mesmo ela. O quanto estúpida eu devo ter sido.



– Todos sabiam... – murmurei.



– Sim. Todos nós sabíamos. Edward... proibiu... não queria que nenhum de nós falássemos nada. Eu achei isto um absurdo. Já não bastou ele esconde-la por 3 anos?- perguntou a si mesma.



– Ninguém sabia onde eu estava? – perguntei surpresa.



– Não. Somente o Edward. – ela respondeu.



Por que ele fizera isto? Era o que minha mente se perguntava.



– Bella...



– Você falou comigo aquele dia na biblioteca... disse que eu tinha um caso com o Jasper. – falei.



– Só falei o que eu sei. Nós éramos amigas Bella... tá você tinha um pouco de ciúme de mim com o Edward, pois eu nunca neguei que ele meche comigo, mas sempre nos falamos e você me disse aquilo. Que estava como Jasper e que iria se separar de Edward.



Seria verdade ou mais mentiras? Droga! Eu estava tão confusa.



– E eu preciso terminar de te contar o que realmente aconteceu. – ela suspirou como se aquilo fosse difícil de dizer. – Bom eu não posso ter certeza, mas acho que o Edward a estava punindo te deixando no limbo sabe como é?



– Não estou entendendo nada Bree.



– Ele descobriu sua relação com Jasper, ai vocês foram a Milão com o filho do seu irmão e lá ocorreu tudo e depois ele voltou só e...



– Espera. Está querendo dizer que o Edward pode ter algo a ver com o meu acidente?- meus olhos estavam arregalados. Minha respiração presa.



– Não! Claro que não, mas que ficou meio cômodo ficou... e ai... depois...



– O que tem? Fale logo.- falei impaciente.



– Neste tempo que você ficou fora... Eu e o Edward nos envolvemos.



Como é?



– Eu sou apaixonada por ele, Bella. – ela revelou.



– Bree, pois se éramos amigas já não somos mais. Fique longe do meu marido. –grunhi.



O alerta foi claro. Edward é meu!



Continua...
Maldito estúpido*

Meu Querido Presidente!: Capítulo 12



PDV de Bella



-Irina por acaso eu sou transparente?-perguntei a secretária do meu pai.



-Não senhorita Swan. –ela respondeu e me olhou como se eu fosse um ET de duas cabeças.



Qual é a pergunta foi simples!



-Então você pode me explicar porque eu estou aqui esperando meu pai a mais de duas horas? –coloquei minhas mãos em cima da mesa e sorri cinicamente.



-Eu já disse a senhorita ele está em uma reunião. –ahã... Sei, e eu sou o coelhinho da páscoa.



-Irina, eu conheço meu pai como a palma da minha mão para saber que ele está me enrolando! Então pegue esse seu lindo telefone e trate de dizer a ele que se ele não me atender agora mesmo eu vou embora e ele só vai me encontrar na outra vida em Marte. Fui clara?-eu disse calmamente.



-Cristalina. –ela respondeu ainda me olhando como se eu fosse uma louca.



-Que bom bonitinha. O que está esperando para ligar?



-É eu vou ligar. Senhor Swan... Eu sei senhor, mas sua filha... Eu disse, mas... Senhor me escute, ela...



-Olá papys, eu sei que o senhor é um homem ocupado, mas eu também sou uma mulher ocupada e falo sério quando digo que se não me atender agora eu vou me mandar e para me encontrar outra vez terá de fazer milagre querido pai. –eu disse colocando no viva-voz.



Irritada? Imagina.



-Isabella, eu sou seu pai. –ele disse em seu habitual tom irritado.



-Sei disso, o senhor que vive esquecendo desse fato, não?



-Irina não deixe que ninguém nos interrompa. Entre Isabella. –meu pai ordenou do outro lado.



-É tão difícil esperar até que eu possa falar com você? –Charlie cuspiu assim que passei pela porta de sua sala.



-Eu até posso ir embora, mas dentro de três semanas eu estarei me casando e já não terei tempo nem mesmo para me coça. –respondi de forma despreocupada.



-Isso é o que você pensa que vai fazer, eu não aceito esse casamento. –ele rugiu.



-Bom, é uma pena, isso não mudará minha decisão. –dei de ombros.



-Você perdeu a noção do juízo menina? Tem ideia do que um casamento seu com Edward Cullen representa?-Charlie se pós de pé atrás de sua mesa.



-Sei, amor. –cruzei minhas penas, sentando em uma das cadeiras em frente a sua mesa.



-Nunca ouvi tamanha sandice!-meu pai exclamou colérico.



-O senhor e eu temos conceitos bem diferentes sobre “sandice”.



-Você será capaz de virar inimiga do meu pai, de seu próprio avô ao se casar com o Cullen?!



-Eu não serei inimiga de ninguém. –fiquei de pé como meu pai ficou.



-Não seja cínica! Você será a primeira dama desse país, inevitável mente baterá de frente com seu avô.



-Eu baterei de frente sim se preciso for, mas não com meu avô e sim com o senador Burke Swan.



-Como pode ser capaz? Seu avô jamais te perdoará.



-Eu posso conviver com isso, mas jamais poderia conviver comigo mesma sabendo que deixei Burke cometer uma injustiça tão grande, pois não é justo que ele ataque o presidente só por seu estado civil!



-Você sabe muito bem que não é só por isso. –Charlie se exaltou.



-Tem razão o senador não consegue aceitar que alguém mais jovem e de caráter inolvidável assumiu a presidência ao invés dele. –eu o respondi da mesma maneira sem consegue me conter.



-Não espere que eu a leve até o altar.



-Eu posso muito bem entrar sozinha, afinal você sempre foi ausente mesmo. Por que agora seria diferente?-perguntei tristemente.



-Não me comove com esse seu discurso barato. –ele disse, mas sua expressão vacilou.



-Não estou tentando fazer isso, pois diferente de você mamãe sempre me ensinou a ser forte e exatamente o que vou fazer, entrarei naquela igreja com ou sem você.



-Você ainda irá se arrepender Isabella.



-Pode ser, mas eu também posso ser muito feliz papai, era só isso o que tinha para me dizer? Porque se era eu tenho mais o que fazer e antes que eu me esqueça... Se quiser falar comigo não espere que eu venha até aqui porque eu não venho. –eu disse antes de abrir a porta.



Eu sai da empresa como um furacão e entrei em meu carro como um raio.



Comecei a dirigir pelas ruas em alta velocidade, precisava descontar minha raiva em algo, mas parei lembrando que sofrer um acidente não me ajudaria em nada.



Eu me fingir de forte, no entanto me doeu muito saber como meu pai enxerga meu casamento, porém me dobrar a vontade de meu avô e meu pai não é algo que vá acontecer.



Meu celular tocou, mas eu o ignorei. Eu não conseguiria falar com alguém no momento sem desabar.



Quando entrei na garagem de meu prédio haviam duas ligações de Burke, uma de Rose e cinco de Edward.



-Olá meu amor, você deve está em alguma reunião agora, depois nos falamos então, mas bom... eu estou bem, não se preocupe. Amo você. –eu disse quando o celular dele caiu na caixa postal.



Peguei o elevador e dei de cara com minha mãe quando abri a porta do meu apartamento. Eu dei a chave a ela quando comprei o lugar.



-Desculpe vir sem avisar, mas eu achei que você precisaria de mim quando falei com seu pai mais cedo. - Eu não disse nada, apenas abracei e deixei as lágrimas rolarem. Tudo o que eu precisava era um pouco de colo de mãe. –Calma querida, eu estou aqui meu anjo. A mamãe não vai deixa você filha.



-Por que é tão difícil eles ficarem felizes por mim? Por que meu pai e meu avô não podem entender que eu não dou a mínima para essa política?-eu só queria respostas.



-Eu não sei meu bem, mas tudo vai melhorar. Um dia eles terão de entender. Eu estou com você, vou apoiá-la em tudo o que você precisar.



-Não quero que destrua seu casamento por minha causa. –eu disse deitando em seu colo.



-Você é minha filha, você está em primeiro lugar. Com seu pai eu me entendo depois. –minha mãe disse carinhosamente.



Renée sempre foi tão diferente de Charlie.



Para muitos ela é apenas mais uma socialite entre tantas, mas na verdade ela usar seu tempo livre em ONGs não governamentais ajudando crianças e adultos que precisam de ajuda.



Minha mãe foi paciente comigo esperando eu me acalmar e ninguém melhor que ela para levantar meu astral.



-Agora chegar de tristeza, me diz... Você já caiu nos brancos daquele gato do seu noivo, certo?-ela perguntou curiosa, me fazendo ficar vermelha.



-Mãe!-eu exclamei constrangida.



-O quê? Ele é gato mesmo.



-Você é minha mãe. –eu disse.



-E daí? Eu estou ficando velha não cega.



-Não vou falar disso com você.



-Então ele é tão gostoso quanto parece?



-Sim. –responde percebendo tarde demais o que fiz.



-Ah, me conta como foi?



-Mãe, por favor...



-Qual o problema? Pensei que eu fosse sua melhor amiga.



-E é, mas isso é constrangedor. –eu falei sentido meu rosto esquentar.



-Qual é!-ela revirou os olhos. –Eu troquei suas fraudas.



-Não está ajudando.



-O que custa me contar um pouco? Eu não quero todos os detalhes sórdidos. Foi bom?



-Maravilhoso, Edward é incrível! Eu senti que ele estava se segurando, ele não deu tudo de si realmente tentando fazer do momento algo especial, sabe?



-Ai que fofo da parte dele, mas querida você sempre pode provocá-lo e fazer com que seu Edward se solte por completo. –mamãe piscou para mim.



-Como?



-Vamos às compras já!



[***]



Mamãe me fez passar em todos os sex shops possíveis, não que ela seja uma louca por compras, mas porque queria me anima.



Eu estava em provador quando meu celular tocou.



-Alô. –eu não olhei quem era.



-Como você está?-era Edward.



-Oi amor, estou bem sim.



-Mas não foi o que pareceu na mensagem que você me deixou mais cedo, sua voz estava estranha. –ele observou.



-Eu sei, é que eu estava irritada com meu pai, mas já estou bem.



-Você sabe que é uma péssima mentirosa, certo?



-Deve ser por isso que quando tento mentir e me olho no espelho meu nariz cresce como o do Pinóquio. –brinquei.



-Não vai me falar mesmo, não é?



-Não agora, não é um bom momento. –respondi.



-Por quê?



-Eu estou dentro de um provador apenas de lingerie e sinta-liga vermelha.



A respiração de Edward por um instante ficou suspensa até que ele falou.



-Bella isso não se faz com um homem que vai ter que passar o dia trabalhando. –eu ri.



-Tenho de ir, minha mãe está me chamando.



-Sua mãe?



-Ela sabe levantar o astral de alguém como ninguém.



-Ok, mande um beijo a minha sogra por mim então. Amo você.



-Eu também. –respondi antes de desligar.



[***]



Minha mãe e eu paramos em um restaurante antes de irmos para casa e eu aproveitei para falar a ela sobre Maria.



-Não deixe que essa mulher controle seu noivo filha ou seu casamento será um fiasco. –mamãe disse quando terminei.



-Sei disso.



-E o que pretende fazer?



-Ainda não sei, mas quando chegar a hora saberei.



-Como Edward pode ser tão cego?



-Edward não tem culpa, na frente dele ela parece um anjo. Alice a verdadeira irmã de Edward é quem mais sofre, mas não por muito mais tempo.



-Certo. E falta muito para organizar seu casamento?-ela mudou de assunto.



-Não, na verdade é o casamento de Mike que está me enlouquecendo. –fiz uma careta.



-E quando será mesmo o casamento?-rolei os olhos.



Ela recebeu o convite, mas sempre teve uma memória péssima para datas.



-Em uma semana.



-Não acredito que um jovem tão bom como ele vá casar com alguém como Jessica.



-Nem eu. –não mesmo!-Acho que Edward também não gostou dela. –comentei.



-Por que diz isso?



-Ele estava estranho durante o jantar, parecia desconfortável.



-Vai vê é ciúmes, Mike vive grudado em você e no jantar não deve ter sido diferente.



-Edward sabe que ele é meu amigo. –rebati.



-Mas não deixa de ser homem. –eu não discute, no entanto algo me diz que não foi isso. Eu só ainda não sei o que foi, mas vou saber.



-Mas o que ainda falta em seu casamento querida?



-Nada. –fingi grande interesse em meu prato.



-Bella sou sua mãe, não minta.



-Não é nada importante. –murmurei.



-Se você está assim é claro que é. Fale. –ela ordenou.



Ela não iria descansar até eu abrir a boca.



PDV de Renée



Agora Charlie tinha ido longe demais, uma coisa era ele fazer as vontades do pai outra bem diferente era ele deixa nossa menina triste por não ter opinião própria.



Durante nosso casamento Burke sempre fez o que quis do meu marido, mas agora era hora de eu dizer certas verdades a Charlie.



-Quando você vai colocar na cabeça que nossa filha não tem nada a ver com esse jogo político do seu pai?!-perguntei exasperada caminhado de um lado a outro em nosso quarto.



-Se não tivesse ela não estaria se casando com o Cullen!



-Ela está se casando com Edward porque o ama, ele é um bom homem, faz nossa filha feliz. O que mais você quer?



-Não apoiarei esse disparate, não ficarei contra meu pai.



-Burke, Brke, Burke... Ele está sempre se metendo onde não deve, mas com minha filha não, eu não vou permite! Aja como pai Charlie e não como um pau mandado uma vez na vida. –apontei o dedo para meu marido.



-Não vou permite que você fale assim comigo!-ele gritou.



-Por quê? Por que é a verdade? Será que não ver que se negando a levar sua filha ao altar quem perde é você?-indaguei. –Acorde Charlie antes que seja tarde demais, Bella não vai perdoá-lo a vida inteira e esse tempo todo você tem sido ausente.



-Isso não é verdade. –pude escutar a insegurança em sua voz.



-Ah não? Quando foi a última vez que você conversou com nossa filha sem lhe cobrar nada? Quando você simplesmente foi o pai dela?-ele abaixou a cabeça.



-Não sei.



-Se continuar agindo como um covarde você me perderá para sempre.





Continua...

Meu Querido Presidente!: Capítulo 11



PDV de Bella



O jantar que tinha tudo para ser um sucesso terminou sendo um verdadeiro desastre.



Maria teve que vir a cidade para receber seu chefe, mesmo estando de férias, e por coincidência ela acabou indo jantar no mesmo restaurante que a gente, após deixar seu chefe.



Pelo menos foi o que ela disse, eu não acreditei em nada.



Mas ter Alice e Maria no mesmo ambiente e querer ter paz é o mesmo que querer o impossível.



Mike e Jessica foram embora logo após a chegada de Maria, mas ainda a tempo de escutar minha cunhada e a sonsa em pé de guerra.



-Eu estava com tantas saudades de vocês, meus irmãos queridos. – Maria comentou fazendo Alice rolar os olhos.



Rosalie tinha saído pouco depois, no dia seguinte precisava levantar cedo.



-Quando você vai para casa bonequinha?-Edward perguntou e fui eu quem se esforçou para não revirar os olhos.



-Daqui há dois ou três dias, você sabe que mamãe não gostar de ficar tanto tempo sem mim. Isso chega a ser engraçado, ela mal se dá conta da falta de Alice quando ela está viajando.



-É claro que não, como sentiria se a filhinha perfeita dela está ao lado dela?-Alice disse tão ácida que até eu me assustei.



-Não sei do que você está falando minha irmã querida. –Alice bufou.



-Eu não entendo minha irmã, Maria a ama, só quer ser gentil e Alice desdenha do carinho dela assim. –Edward sussurrou em meu ouvido.



Como ele não percebeu a maldade de Maria em seu comentário?



-Está vendo como ela é Eddie? Eu não sei porque ela age assim comigo. –meu estômago revirou com tamanha falsidade.



-Alice, por favor. –eu pedi.



-Vou ao banheiro.



-Não sei quando Alice aprenderá a ser menos mimada. –Edward resmungou.



-Alice pode ser tudo na vida menos mimada. -Emmett saiu na defesa dela. Ele tinha um lado extremante fraternal e protetor com Alice.



-Já parou para pensar que essa “mimação” pode ser outra coisa? Já se perguntou quais são os motivos dela? Se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é a não julgar o livro pela capa, você deveria tentar fazer o mesmo. –eu disse me segurando para não explodir após vários minutos calada. -Vou atrás dela. –disse e me levantei bruscamente.



Se Edward soubesse que Alice estava bem mais calma que eu, já que minha maior vontade era estapear Maria, ela claramente estava se jogando para Edward, só a besta do meu noivo não percebia.



Alice estava em uma das cabines do banheiro chorando, eu pude ouvi-la.



-Quer conversar?-eu perguntei do outro lado da porta.



-Como ele pode ser tão cego? Como ele pode não perceber a maldade nas palavras dela?-Alice fungou alto.



-Infelizmente, ou felizmente, seu irmão é aquele tipo de pessoa que quase nunca ver maldade nos outros, tente compreender Alice. –falei olhando para a porta.



-Eu queria voar no pescoço dela!-ela grunhiu.



-Acredite, eu também, mas eu não sou idiota. Se jogamos Edward contra Maria agora será como dar um tiro no próprio pé.



-Você tem razão.



Alice saiu com um pedaço de papel enxugando o nariz que mais parecia um pimentão.



-Que tal refazer essa maquiagem?-perguntei com um leve sorriso.



-Minha nossa eu estou horrível!-ela exclamou se olhando no espelho.



-Não é para tanto baixinha. –eu disse abrindo minha bolsa e pegando o pó de arroz.



-Só não te faço engolir esse “baixinha” porque não quero meu irmão viúvo antes da hora. –ela cuspiu e eu ri de seu falso mal humor. - Em uma coisa Maria tem razão, minha mãe se quer liga para minha ausência. Tudo sempre girou em torno da filhinha perfeita dela e isso me doe tanto.



-Não deixe que essa bruxa te atinja Lice, eu prometo que isso não vai durar para sempre. A queda dela será enorme, não deixarei que ela manipule Edward por muito mais tempo.



-Às vezes eu tenho medo de você, sabia?-minha cunhada me deu um pequeno sorriso.



-Não há motivos, só existe uma pessoa na minha lista de inimigos. –pisquei para ela. –Vamos antes que uma certa bisca devore meu noivo.



Depois que Alice e eu voltamos do banheiro o jantar não durou muito mais tempo.



Emmett tinha que está logo cedo em uma reunião representando Edward, Maria para a sorte de todos e alegria geral se foi, já Jasper decidiu ficar um pouco mais no bar do hotel com Alice.



Pensei que Edward e eu seguiríamos para casa, mas eu me enganei.



-O que estamos fazendo na marina?-perguntei a ele.



-Digamos que eu também preparei uma surpresa. –o sorriso de Edward foi galante, cheio de promessas que no momento em que o vi soube iria amar.



-De quem é este iate?-indaguei depois que meu noivo me ajudou a subir.



-Carlisle me deu ele quando eu tinha 17 anos. –respondeu dando de ombros. –Feche os olhos. –pediu tampando meus olhos.



-Para onde estamos indo?-eu quis saber quando notei que estamos descendo escadas.



-Calma minha linda curiosa.



Quando paramos Edward me girou na direção de algo e depois senti os lábios quentes e macios dele descerem por meu pescoço provocando arrepios por onde passou.



Senti seus dentes repuxarem a pele de meu pescoço e foi impossível reprime um gemido.



As mãos de Edward deixaram meus olhos e eu puxe ver então uma belíssima mesa onde havia velhas, champagne, morangos e um gigantesco buquê de flores, além de pétalas de rosas espalhadas por todo o lugar, mas não dei tanta atenção as mãos fortes e macias de Edward em minha cintura estavam me enlouquecendo.



Sua pegada era firme e excitante, nunca fui uma grande conhecedora de homens, mas duvido que algum deles possa se comparar a ele.



Deitei minha cabeça em seu ombro recebendo pequenas lambidas e fungadas em meu pescoço. Uma de suas mãos me prendia contra seu corpo e a outra brincava em minha barriga lisa ainda coberta pelo vestido branco, fazendo pequenos círculos dotados de erotismo e sedução.



-Sua pele é tão macia, seu cheiro é tão envolvente. Você me deixa louco minha bella donna... Me faz sonhar acordado, querer fazer coisas que jamais fiz com nenhuma outra mulher meu amor. –Edward sussurrou roucamente ao meu ouvido.



Sua voz foi capaz de me despertar sensações indescritíveis, sensações que Dean jamais foi capaz de despertar.



Deslizei minhas mãos por seus cabelos, mas Edward mudou nossa posição tomando meus lábios em um beijo que eu jamais havia experimentado, um beijo tão envolvente e sedutor que não poderia pertencer a um mero mortal, mas nada em meu Edward era simples, simplesmente não poderia ser.



Eu puxei seu paletó para longe dele, enquanto ainda sentia seus lábios nos meus.



Sua língua chicoteava a minha e tudo o que eu queria era aproveitar a caricia ao máximo, sem pensar em nada.



Quando o ar nos faltou seus lábios deslizaram para meu ombro nu e me pegando desprevenida senti uma mordida tão prazerosa que eu só pude desejar mais.



Nossos corpos se moveram pelo lugar, enquanto os braços fortes de Edward ainda me prendiam a ele.



Que pegada!



Me perdi tanto com seu toque que quase me esqueci o que estava fazendo, abri de maneira apressada os botões de sua camisa levando mais tempo do que precisaria se minhas mãos não estivessem tão tremulas.



Ataquei seu peitoral largo indo direto para seus mamilos, uma área sensível... Eu o queria tão excitado quanto eu, queria que Edward recebesse tanto prazer quanto eu estava recebendo.



Minhas costas bateram em uma das paredes do iate, enquanto Edward ainda me enlouquecia, suas mãos foram parar em meus quadris onde recebi o forte e excitante aperto de suas mãos.



Ficamos assim mais algum tempo até que as mãos ávidas de Edward abriram a fivela de meu vestido e logo a peça estava aos meus pés revelando minha fina lingerie branca.



Ele se ajoelhou a minha frente distribuindo beijos molhados por todo meu abdome.



Ali era só o começo do paraíso. Pensei, passando a mão por seus cabelos revoltos.



PDV de Edward



O tipo físico de Bella era raro nada muito exagerando nem nada de menos, poucas mulheres poderiam se dá ao luxo de ser como ela... Simplesmente perfeita.



Ela estava muito sexy usando apenas lingerie e sapatos de salto.



Os beijos que comecei em seu abdome foram parar em suas pernas, coxas e virilha então subi novamente brincando com a língua em seu delicado umbigo.



Ora minha bella donna suspirava, ora ela gemia de prazer enquanto minha língua continuava a brinca em seu corpo.



-Tão linda. - sussurrei.



Antes de subir e ficar à suas costas para abrir o feche do sutiã de renda branca que ela usava.



Massageei seus seios túrgidos por algum tempo, com Bella completamente entregue a mim até que a peguei nos braços e a deitei na cama para explorá-los melhor com os lábios.



Seu sabor era tão doce, tão singular enquanto sugava e lambia seus seios eu queria muito mais, eu queria provar seu verdadeiro sabor.



Corri minhas mãos pelo corpo delicado tomando o cuidado de apreciar cada saborosa parte sua até chegar ao seu centro.



-Magnífica. –murmurei quando retirei a parte inferior de sua lingerie, vendo o quão linda e lisinha Bella era.



Passei meus dedos pela região para senti-la, notando o quão pronta ela estava para mim.



Beijei o local com delicadeza e luxúria antes de passar a lamber de forma ritmada deixando minha noiva cada vez mais excitada.



Estimulei seu clitóris, bem como os pequenos lábios antes de penetrá-la com um de meus dedos, tomando cuidado para não machucá-la já que minha Bella era apertada.



Beijei seus lábios com paixão, com fome de sentir seus lábios nos meus.



Seus beijos eram sempre tão quentes, me impressionava a facilidade com que seus lábios se encaixavam nos meus.



Eu não tenho dúvidas de que minha noiva é tudo o que eu preciso. Bella estremeceu violentamente ao chegar ao seu orgasmo depois de mais alguns beijos que trocamos e estocadas dizendo coisas sem sentido, mas mostrando o quanto ela estava satisfeita.



Mas ambos ainda estamos sedentos de desejo, suplicantes um pelo outro.



Tirei de meu corpo as únicas peças que ainda nos separavam, peguei um preservativo e me posicionei entre suas penas pronto para fazê-la minha.



A penetrei devagar, pois eu era grande e tive medo de machucá-la se empregasse uma força maior ao penetrá-la pela primeira vez.



Bella encaixou suas pernas em minha cintura de forma que eu pude trazê-la para mim e penetrá-la melhor, deixando tudo mais saboroso para ambos.



PDV de Bella



Edward era enorme, chegou a ter certa dificuldade para me penetrar, apesar de eu não ser mais virgem.



Senti uma certa ardência nas primeiras vezes em que ele entrou e saiu de dentro de mim, no entanto nada que realmente me incomodasse e tirasse o prazer de senti-lo dentro de mim.



Quando encaixei minhas penas ao seu redor para facilitar as coisas senti suas mãos agarrarem meus quadris em mais uma pegada firme e deliciosa.



Com certeza as marcas de seus dedos longos ficariam em minha pele branca, mas não liguei para isso, não quando seus toques e beijos ardentes não me permitiam nem mesmo pensar.



Era tão prazeroso está com ele, tão malditamente bom.



Seus olhos verdes flamejavam de desejo intenso e não creio que comigo tenha sido diferente.



Minhas unhas arranhavam sem piedade suas costas másculas, seus braços fortes, seu peito largo. Meus lábios buscavam constantemente os seus.



Gemi de frustração quando senti Edward me deixar antes de atingimos o clímax.



Mas depois entendi porque, ele mudou nossas posições me deitando de lado e me deixando mais confortável.



Edward me abraçou carinhosamente antes de voltar a me penetrar, suas estocadas ganharam mais força e passaram a ter um intervalo menor entre elas. Não demoraríamos muito a atingimos juntos o orgasmo.



Ele beijava minhas costas alternando com pequenas e saborosas mordidas em meu pescoço. Eu podia ouvir sua respiração tão frenética quando a minha pelo prazer e excitação.



Nossos corpos tremeram totalmente entregues um ao outro quando o inevitável clímax nos atingiu.



Nossos corpos estavam suados e colados um ao outro, ficamos assim por um tempo até que Edward me pegou no colo e nos levou até o banheiro... À noite só estava começando.





PDV de Edward



Bella ainda dormia tranquila depois da noite alucinante que tivemos, após cinco prazerosos orgasmo. A lembrança viva de sua boca sobre mim dominava meus pensamentos, minha noiva tinha me dado prazer como nenhuma outra, ela era uma mulher incrível em todos os sentidos.



Durante a noite eu tinha comido morangos combinados ao sabor de minha bella donna, já ela preferiu provar o gosto do champagne sobre meu corpo.



-Bom dia. –eu disse sentindo as mãos pequeninas de Bella em meu corpo.



-Bom dia. –ela respondeu me abraçando por trás e encostando seu rosto em minhas costas.



-Aqui é lindo, não é?-eu comentei olhando a vista do convés.



-É sim. –ela disse depois que envolvi com meus braços sua cintura e a prendi em meu peito.



-Amo você. –sussurrei contra seus cabelos.



-Mais do que minha própria vida. –ela respondeu.



-Vamos tomar café?-perguntei depois de lhe dá um prazeroso beijo de bom dia. –Não se preocupe, você não provará da minha péssima culinária. Providenciei tudo ontem. –eu disse com um sorriso brincalhão a puxando para a mesa do café.



[***]



-Ah não!-Bella fez uma careta de frustração ao olhar as mensagens em seu celular.



-O que foi?-perguntei.



-Charlie está furioso comigo. –Bella respondeu quando estávamos no meio do caminho para seu apartamento. –Ele me deixou uma mensagem no correio de voz. Quer que eu vá agora mesmo até a empresa dele, meu avô deve ter enchido a cabeça dele. –ela resmungou.



-Quer que eu vá com você?-indaguei preocupado.



-Não meu amor, você têm seus compromissos e eu realmente não quero a terceira guerra mundial.



Continua...


Segredos do Passado: Sortilégio de Amor



Duas semanas depois...

Edward não dormia há três dias por causa de uma missão e por isso mesmo ao chegar em seu apartamento no centro da cidade de Seattle tomou uma ducha rápida e se jogou em sua cama. Mas quem disse que ele conseguiu dormir? Ao invés disso, ele estava bolando de um lado a outro da cama.

Edward estava cansado, muito cansado e mesmo assim ele continuava acordado e tudo por culpa do desejo descomunal que o consumia como chamas flamejantes.

Ruiva teimosa! O general grunhiu em pensamento, agora olhando para o teto de seu quarto.

A situação era até mesmo cômica. Justamente ele... Edward Cullen, que tinha um batalhão de mulheres atrás de si, tanto que chegava a ser enfadonho às vezes, agora estava ali perdendo sono porque cada vez que fechava os olhos para tentar descansar a imagem dela se forma em sua mente e só de pensar em Bella e naqueles cabelos que pareciam fogo puro ele ficava duro de tesão, louco para tê-la em seus braços e sentir aquele corpo delicado e delicioso contra o seu.

Nessas duas semanas que se passaram Edward já tinha ido tanto a aquela livraria-café que já tinha ingerido café suficiente para o mês inteiro, mas o general não desistiria agora. Bella podia não querer dar o braço a torcer e estar se tornando um verdadeiro desafio para ele, mas isso não importava. Edward já tinha notado que ela estava balançada por ele e como o mesmo não dispensava um desafio ele iria até o fim e iria vencê-la pelo cansaço se preciso fosse, mas aquela ruiva ainda cederia as suas investidas e ele a teria para si exatamente como vinha desejando desde que a viu.

Com um pequeno sorriso nos lábios ele levou a mão direita até o criado-mudo e pegou seu celular, abriu o aparelho e ficou mirando o visor onde havia uma foto dela, que ele havia tirado sem nem mesmo Bella notar, enquanto estava distraída com algo no balcão.

Ela estava tão linda... E apesar, de ser para ele uma verdadeira tentação Bella tinha feições angelicais capazes de encantar qualquer um. Ele era a prova viva disso.

[***]

Hoje era sexta, dia em que Bella só trabalhava no turno da noite, e, portanto ela podia dormir até mais tarde. Mas quem disse que isso aconteceu? Antes mesmo das sete da manhã Bella acordou suada, completamente ofegante e excitada.

A ruiva sentou-se na cama com a mão sobre o peito, seu coração estava disparado. Ela tinha sonhado com ele... Edward e havia sido tudo tão bom.

No sonho Edward a tomava nos braços, distribuía beijos por todo seu corpo e depois quando estava dentro dela lhe dizia coisas que a levavam a loucura, coisas que só de lembrar lhe deixava úmida e um calor gostoso tomava conta do centro de seu corpo ensandecido de desejo por aquele homem a quem bravamente ela vinha tentado resistir, não porque não o quisesse e sim porque era mais seguro para ele.

Tentando voltar a dormir Bella se jogou outra vez sobre sua cama, mas as imagens do sonho a perturbavam e incapaz de se controlar ela levou os dedos até seu clitóris e começou a massageá-lo.

Um gemido baixo escarpou de seus lábios e a ruiva espantou-se consigo mesma, enquanto mais imagens dele vinham a sua mente.

Ela nunca havia se masturbado antes, e, no entanto sentia que se não fizesse isso iria explodir a qualquer instante. Bella rebolou massageando seu clitóris imaginando como seria rebolar sobre ele, como seria senti-lo preenchê-la por completo.

Seu corpo se contorceu sobre sua cama e com um gemido alto sua libertação veio e por um momento a mente de Bella ficou completamente em branco até que ela decidiu se levantar antes que inventasse de fazer outra coisa que jamais havia feito e tudo por culpa daquele gostoso!

–Bella, Bella. Desse jeito você ainda vai pirar. O que esse homem está fazendo com você?-ela falava consigo mesma, enquanto tirava os lençóis e os jogava no cesto de roupa suja.

Foi para o banheiro e tomou uma ducha demorada tentando aplacar o calor do desejo que ainda sentia, mas não adiantou de muita coisa não.

[***]

–E então, alguma novidade?-perguntou um homem mal-encarado a outros dois sentados a sua frente em duas cadeiras que ficavam perto de uma mesa velha.

–Nada de novo. –respondeu o primeiro e mais simpático dos dois após dar uma longa tragada em seu cigarro.

–A vadia é boa no que faz, parece nunca deixar rastros. –respondeu o outro.

–Isso não é bom. O chefe está começando a ficar impaciente e se ele decidir ir pessoalmente atrás dela essa merda vai feder e acorda vai arrebentar para um dos lados e como vocês sabem a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco. –disse aquele que havia feito a pergunta.

–Nós sabemos disso. –murmurou o que estava fumando.

–Por mim teríamos matado aquela vadia na primeira vez em que ela tentou fugir, mas o chefe ordenou que não fizéssemos isso. –o segundo comentou bebendo um gole de vodca de sua garrafa pessoal que tirou do bolso.

–Se encontrá-la Mike é bom não tentar nenhuma idiotice. O chefe a quer viva e você sabe que ele não perdoa erros. –lembrou-lhe o mal-encarado.

–Vamos Mike, antes do dia raiar ainda temos de verificar o carregamento de drogas que está chegando. –disse o outro jogando o cigarro no chão e o apagando com a sola do sapato.

Um daqueles homens mentia, um deles não estava perseguindo a mulher que a máfia russa tanto queria, um deles havia feito um juramento a si mesmo que não podia quebrar.

[***]

Geralmente em dia de sexta-feira Bella ao acordar aproveitava para assistir a um de seus filmes favoritos ou ler um dos tantos romances que tinha e deixava a faxina da casa para fazer no sábado, enquanto ouvia música, mas hoje estava tão perturbada pela lembrança de Edward que simplesmente não conseguiria ficar quieta sem fazer besteira e como fazer faxina a relaxava, nada melhor que isso para lhe ocupar as mãos e a mente.

–Mas que droga!-a ruiva grunhiu meia hora depois ao subir em uma escada para tirar o pó e se pegar imaginando como seria se ela de repente perdesse o equilíbrio e Edward estivesse ali com aqueles braços fortes para ampará-la e depois eles se beijassem loucamente começassem a tirar suas roupas. –Como se ele fosse achar agradável agarrar e beijar uma mulher toda suada e empoeirada. –ela resmungou ranzinza consigo mesma.

Mesmo aborrecida duas horas depois por não haver muita bagunça Bella já havia terminado a faxina e agora começava a fazer o almoço, porém hoje definitivamente a moça estava com a cabeça nas nuvens, ou melhor, em Edward Cullen, tanto que sem querer por estar distraída ao picar tomate para colocar no cozido que fazia acabou cortando o dedo indicador da mão esquerda.

–Ai. –ela gemeu sentindo a lamina da faca penetra-lhe a carne, felizmente de modo superficial. –Mas que beleza, se eu continuar assim tão distraída não vai demorar para que tenha de ser levada as pressas para o hospital. –falou com as paredes e sem perceber sorria, enquanto cuidava do pequeno corte no dedo.

Quando tudo estava pronto ela foi para a sala procurar algo que pudesse distraí-la na TV, mas fala sério! Novela e programas sobre relacionamentos amorosos não iriam ajudá-la em nada. Por que justo quando se precisava os jornais não passavam?

Vendo que não tinha jeito Bella apelou para os poucos filmes de terror que tinha em casa. Ela não gostava muito desse gênero, achava os filmes nojentos ou com efeitos especiais muito mal feitos, mas pelo menos ajudaria a fazer com que ela não pensasse nele.

[***]

Demorou, mas Edward conseguiu dormir alguma coisa, no entanto isso só aconteceu quando ele tomou um banho frio e só não bateu punheta porque sabia que isso não aplacaria seu desejo por Bella em nada e só ajudaria a fazê-lo pensar ainda mais naquela peste de mulher que lhe tirava o bom-senso.

Quando ele preparou alguma coisa para comer já era bem tarde já que havia adormecido um pouco após muita luta e estava meio preguiçoso hoje.

Edward podia ter pedido algo do restaurante perto de sua casa, mas sempre gostou de comida caseira e como por seu trabalho ele passava muito tempo fora, ainda no tempo em que morava com seus pais aprendeu a cozinhar. É óbvio que ele não era nenhum gênio da culinária, mas conseguia se virar bem.

O telefone de sua casa tocou e pela hora ele nem precisava perguntar quem era.

–Oi mãe, como a senhora está?-dona Esme sempre lhe ligava no final da tarde após ele chegar de uma missão.

–Bem meu querido, e como sempre você sabe que sou eu.

–E quem mais me ligaria há essa hora?-ele indagou.

–Seu pai, seus irmãos ou suas cunhadas.

–Meu pai há esta hora ainda está no trabalho, Emmett e Jasper devem estar ocupados demais com suas esposas. –essa última parte foi dita por ele em tom malicioso.

–Edward Cullen!-sua mãe o repreendeu, mas por detrás da repreenda havia certa diversão, por isso ele continuou a aporrinha sua mãe.

–Ora mamãe, hoje é sexta. Vai me dizer que Emmett e Rose não deixaram Gaby ai com você e que com Jasper de folga Alice fogosa como é não está grudada nele?

Gaby era o sobrinho de Edward. O menino era especial, mas não por ter a deficiência física que tinha e sim por ser a luz especial da família Cullen.

–Edward filho, você não tem jeito, é simplesmente impossível! –Edward não pôde deixar de lembrar da perguntar de Bella. “Alguém já disse que você é impossível?”–M as hoje você está pior ainda, por acaso isso tem alguma razão especial?

–Ora, não comece mãe. Eu estou como sempre. –ele protestou.

–Não está não. Eu te conheço menino e desde... Bem, você sabe... O acidente, você meio que se fechou, perdeu um pouco da alegria que costumava ter, mas hoje eu meio que a escutei ainda que de modo passageiro outra vez em sua voz e pela primeira vez em muitos anos você me chamou de mãe. –Edward notou que sua mãe estava emocionada. –Eu estou tão feliz filho. Dos meus três filhos você sempre foi o único a me chamar de mamãe e já tinha tanto tempo que isto não acontecia. Será que finalmente você está voltando para nós meu bem?

Ele suspirou.

–Mãe, eu preciso ir... Eu tenho algo a fazer.

–Está bem meu filho, eu irei respeitar seu tempo. –Esme disse entendendo que seu filho mais velho estava se esquivando de seu questionamento. - A mamãe te ama. –lembrou-lhe antes de desligar.

Edward ficou pensativo após desligar. Sua mãe tinha razão, há muito tempo ele não a chamava de “mamãe” e ele sempre fora o único a chamá-la assim. Emmett e Jasper sempre a chamavam de mãe, mas nunca “mamãe” e o sentimento que Edward tinha cada vez que usava essa palavra para se dirigir a Esme Cullen era como se somente ele pudesse chamá-la assim.

O que de repente teria provocado essa pequena mudança nele?

[***]

Tinha chegado a hora de Bella ir para o trabalho e ela já estava pronta. A ruiva vestia um vestido rosa bebê e usava um sapato preto e meias três-quartos. Seus cabelos naturalmente cor de fogo estavam presos em um coque alto na cabeça e sobre o vestido havia colocado um casaco preto que ia até a altura dos joelhos, e, apesar de ser noite e isso tornar para ela mais fácil se disfarçar perante seus perseguidores Bella ergueu sobre a cabeça o capôs do casaco.

A noite estava linda, o luar estava alto e o céu estrelado. Simplesmente perfeito para uma noite de amor. Mas por que raios tal pensamento lhe ocorreu? Quando algo assim para ela com a vida que levava só poderia existir em sonhos.

Há poucos metros de distância de seu trabalho por conta de um bendito prego o pneu do carro de Bella furou e como de modo muito “inteligente” ela havia deixado o step do carro em casa e nenhuma oficina por perto estava aberta ela teria de esperar até amanhã para resolver o problema.

A ruiva terminou bem rápido seu trabalho na gerencia de tanto que já estava acostumada e por isso mesmo até dar seu horário de trabalho como de costume foi ajudar as garçonetes do lugar.

Tudo estava indo muito bem, ela até estava se divertido com isso até que um cliente impertinente chegou ao estabelecimento para aborrecê-la. O cara a estava cantando de todas as formas e por mais que ela lhe cortasse de modo delicado ele não se tocava que ela não estava na dele e Bella estava realmente começando a se irritar.

[***]

Edward sabia muito bem que hoje Bella só trabalharia a noite e por isso mesmo foi um pouco mais tarde para a livraria-café e ficou a observando trabalhar de longe.

Sua ruiva estava um tentação na roupa que vestia hoje. O vestido rosa bebê não era tão curto nem tão colado ao corpo, mas era justo o suficiente para ressaltar suas curvas e deixá-lo babando e com a meias três-quartos... que loucura!

Ele viu que ela hoje estava contente, mas também viu que em determinado momento ela começou a se chatear, graças a um cliente metido a engraçadinho que ela atendia e sem pensar muito no que estava fazendo Edward agiu.

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–Neném desculpe a demora, mas é que sem querer fiquei preso no trabalho colocando aqueles imbecis na linha. –ele disse se aproximando e mentindo descaradamente, enquanto colocava as mãos na cintura de Bella.

Surpresa. Foi o primeiro sentimento da ruiva, mas ao ver Edward discretamente piscar para ela Bella entendeu que ele estava pedindo para que ela entrasse em seu jogo.

–Não se preocupe meu amor, ainda faltam alguns minutos até o horário da minha saída. –ela disse a ele lhe sorrindo.

–Algum problema aqui?-o general perguntou olhando torto para o cliente que até então a estava aborrecendo e mantendo seu braço firme em volta da cintura dela.

Bella não sabia explicar por quê, mas seu corpo tremia em contato com o de Edward. Sua pele incendiava-se.

–Não amor, já está tudo resolvido. –ela disse colocando a mão no peito dele para contê-lo e lhe lançando um olhar de agradecimento.

–Ótimo. Se precisar de mim é só chamar, eu a estarei esperando ali no balcão. Não demore neném.

E para o completo aturdimento de Bella, Edward a beijou, na verdade foi apenas um breve tocar de lábios nos seus, no entanto foi o suficiente para fazer ambos querem mais e para a surpresa de ambos foi ela quem aprofundou o beijo esquecendo-se de todos os motivos pelos quais deveria ficar longe dele.

Logo o beijo se tornou sôfrego, intenso, atingindo quase que um ponto inaceitável, mas tão bom e mágico que o fogo da paixão que os consumia pareceu apagar tudo o mais ao redor do casal.

Continua...

Segredos do Passado:Passado que atormenta



–Peguem a vadia! Não a deixem escapar. –gritou o chefe dos capangas, ordenando aos demais que a perseguiam.

–Ela está indo para o leste. Aposto que tentará fugir pelo mar. –ela ouviu um dos capangas dizer.

–Mais rápido! Não podemos deixá-la atravessar a fronteira. Na Lituânia será bem mais difícil pegá-la. –disse outro.

As vozes estavam cada vez mais próximas.

–Ah!-ela arfou de dor, graças ao pé machucado. As pontadas estavam ficando mais fortes. Merda, o ferimento estava piorando.

–Ali está ela. –exclamou um dos capangas, avisando aos demais quando a avistou.

–Lembrem-se, podem brincar com a vadia traidora, mas não podem matá-la ou o chefe poderá ficar muito irritado.

Uma lágrima escorreu pelo rosto dela ao ouvir aquilo, ela só não sabia dizer se era magoa ou raiva. Ou seriam os dois misturados? Medo não era. Há muito tempo ela já não era capaz de sentir este sentimento.

Um vento forte agitou seus cabelos e arrepiou os pêlos de sua pele suave e por muito pouco um dos capangas não foi capaz de lhe alcançar.

De repente tiros ecoaram pelo ar e Deus ela achou que fosse morrer naquele mesmo instante. Até fechou os olhos esperando o impacto das balas, mas isso não aconteceu e quando olhou para trás seus olhos se arregalaram com a cena que viu.

Bella acordou apavorada.

–Era só um sonho. –lembrou a si mesma, mas seu coração estava acelerado. Não era medo o que ela sentia, era adrenalina. Seus sonhos eram cada vez mais reais, era como se a cada noite ela estivesse revivendo aquele momento e isso a perturbava.

Bella sentou-se na cama e pegou um copo de água, que estava no criado-mudo ao lado da cama. Bebeu um pouco da água e olhou pela janela de seu quarto para a tormenta que caia lá fora. Pegou sua bíblia e como sempre fazia leu um trecho antes de levantar.

–“Por isso não tema, pois estou com você; não tenha medo, pois sou o seu Deus. Eu o fortalecerei e o ajudarei; eu o segurarei com a minha mão direita vitoriosa”*.–ao terminar de ler Bella sorriu. Tinha aberto a bíblia aleatoriamente e como sempre Deus parecia estar lhe mando uma mensagem.

Tudo ainda estava escuro, então ela olhou para o seu despertador e notou que ainda eram cinco da manhã e ela só tinha de levantar as seis e meia.

–Mais que ótimo!-bufou e saltou da cama para preparar seu café, pois sabia que nem se quisesse conseguiria dormir outra vez.



[***]

Com um prato de torrada, um pouco de geléia de amora e um copo de suco de uva nas mãos Bella ligou a TV e sentou-se no sofá da sala para ver o noticiário local que foi interrompido por um boletim de nível nacional.

“Tráfico internacional. O governo americano informou agora há pouco que um navio clandestino foi interceptado em alto-mar, no território americano durante uma operação dos Seals Team Six. Segundo, o governo o navio pertencia a máfia russa e levava um grande carregamento de drogas, além de cerca de setenta mulheres que estavam senso traficadas para serem usadas na prostituição russa. Todas as mulheres eram menores de dezessete anos.”

Bella largou o que comia e correu para o banheiro ao ouvir essa noticia. Seu estômago revirava. Nojo, nojo era tudo o que ela conseguia sentir agora.

[***]

Edward estava reunido com alguns de seus homens planejando a próxima missão. Eles estavam ali há horas. Nada podia sair errado e tudo tinha que ser muito bem arquitetado.

Seals Team Six eram a elite da elite americana. Os homens mais bem treinados do mundo... Eles eram a “máfia militar”. Sempre prontos para atingir seu alvo em qualquer circunstância. Se um Seal fosse pego seus companheiros sempre o vingariam, mas ele se deixasse pegar é por quê era um idiota e sendo assim era melhor estar morto antes de ser capturado.

O treinamento era pesado, as regras rígidas além dos parâmetros normais. Tanto as coisas eram assim, que nos dois primeiros anos oitenta por cento daqueles que se candidatavam desistiam porque simplesmente não eram capazes de suportar a pressão física e psicológica impostas sobre eles.

–As regras dessa missão são muito claras soldados. Temos de invadir aquela base clandestina e destruir todo o que qualquer material que possa ser usado pelos Sírios em um ataque terrorista futuro ao nosso país e sair de lá em menos de trinta minutos porque os gazes ali presentes são muito tóxicos. Recolham também o máximo de informações possíveis e lembrem-se tudo aquilo que se mexer é alvo e a ordem é uma só atirar e se preciso matar, mas se não forem combatentes deixem que as tropas do lado de fora cuidarão do destino deles. Alguma dúvida?-perguntou o general ao final.

–Não senhor!-responderam todos.

–Alguma dúvida?

–Não senhor. –mais uma vez responderam todos.

–Ótimo. O coronel Aro passará a vocês as demais coordenadas. –Edward avisou antes de sair da sala.

[***]

Apesar da tempestade que havia caindo mais cedo sobre Forks agora alguns raios de sol davam o ar de sua graça e a temperatura estava gostosa, então Bella depois do banho vestiu uma blusa fina de lã vermelha sem mangas, uma mini-saia preta comportada e calçou uma bota de cano curto da mesma cor da saia.

A blusa tinha gola alta, sem nenhum decote, mas o tecido se moldava perfeitamente as suas curvas delineadas. A mini-saia deixava suas longas e macias pernas a mostra contrastado cor sua pele alva. A bota lhe dava um ar elegante.

Bella colocou seu casaco preto antes de sair e até pensou em subir o capuz para se disfarçar melhor, mas olhando para seus cabelos ruivos sobre o tecido vermelho da blusa decidiu não fazer isso e deixar ao menos por hoje seus longos fios soltos.

Algumas vezes ela pensava em pintá-los para ficar mais fácil passar despercebida, mas então cada vez que se olhava no espelho Bella lembrava o quanto era parecida com eles. Seus cabelos eram a única coisa que a diferenciava deles. Ela tinha herdado a cor de sua doce mãe... A única pessoa que um dia realmente se importou e a única pessoa de sua família por quem Bella ainda nutria algum sentimento de amor.

Antes de ir para o trabalho ela ativou todo o sistema de alarme e colocou comida para o seu gato.

–Comporte-se enquanto eu estiver fora bolota e tente não destruir meu sofá outra vez. –o gato miou como se estivesse entendendo. –Bom garoto. –ela disse fazendo carinho nele.

Antes de sair ela foi até a janela e olhou as redondezas. Precaução nunca era demais e sempre poderia haver alguma surpresa a sua espera do lado de fora.

[***]

–General, o major está na linha dois e quer falar com o senhor. –sua secretária avisou a Edward quando ele ia passando pela mesa dela.

–Me dê licença Diana. –ele pediu. Iria atender ali mesmo, ao invés de ir até sua sala.

Jasper estava longe e Edward não podia correr o risco de deixar esta ligação cair.

–Sim senhor. –a morena murmurou e saiu o deixando só.

–Águia falando. –disse o general.

–Aqui é o Falcão. A operação Ópera deve ser abortada, algum X9 nos delatou e se seguimos com ela será um ato suicida. –informou o major.

–Mas que merda! Quando isso aconteceu?

–Há menos de duas horas.

Edward havia mandado seu irmão e mais onze soldados em uma missão ao Oriente Médio. A missão era bem simples. Ali no deserto do Saara, mais precisamente na Argélia uma base terrorista devia ser explodida pelo ar, com uma bomba de mil quilos, que seria lançada de um caça F-15 Strike Eagles, perfeitamente capaz de passar pelas terríveis tempestades do deserto.

–E se você está entrando em contato comigo é porque não consegue entrar em contato com a base americana mais próxima e vocês não podem voltar pelo ar. –constatou o general.

–Na mosca. Alguém está interferindo na comunicação com a base mais próxima e o avião que usávamos teve um problema técnico impossível de concertar. Precisamos de reforços.

Merda, se alguém estava interferido na comunicação é por quê a operação tinha vazado sem que eles pudessem se dar conta e isso significava que entre eles havia um infeliz bocudo ou um traidor, e, além do mais, apesar de simples a operação Ópera era de suma importância para o governo americano.

–Vou mandar reforços. Protejam-se o máximo possível, isso vai demorar um pouco. Se a comunicação com a base mais próxima está sofrendo interferências eu não posso arriscar mais. A ajuda não chegará em menos de setecentas horas. –disse Edward e isso era o mesmo que seis horas e meia na linguagem Seal. –E quando ao caça você já sabe o que fazer Falcão.

–Sei. –Jasper devia explodi-lo antes de sair dali, de modo que nenhuma informação pudesse ficar para trás.

–Cuidem-se falcão. Não quero ter que eu mesmo atrás desses filhos da puta.

Assim desligou Edward entrou em contato com a base americana da Tunísia, país vizinho a Argélia e que com certeza não era uma base tão visada como a base do Marrocos.

–Não me interessa como vocês irão fazer, mas quero meus homens fora de lá e intactos. –ordenou o general ao líder da base na Tunísia.

–Como queira general. Ligo mais tarde quando chegamos ao fim da missão de resgate e depois lhe passo o relatório por fax.

–Estarei esperando.

[***]

Bella tinha passado praticamente o dia inteiro na sala da gerencia conversando ao telefone com alguns fornecedores e revendo algumas listas de compras necessárias para o estoque.

Sua orelha estava quente de tanto ouvir essas pessoas ao telefone, suas costas doíam por estar tanto tempo sentada e ela já não aguentava mais olhar para aquelas listas de compras, então largou tudo um pouco, estalou o pescoço e depois se espreguiçou.

–Trouxe um café para você Bella. –Bree, uma das garçonetes disse entrando em sua sala.

Bella sorriu.

–Obrigada. Como estão as coisas lá pelo salão?-perguntou.

–Agitadas. Julie teve que sair as presas. Ela me pediu para te avisar que a filha dela foi levada para o hospital, parece que a menina passou mal no colégio e como era a professora que estava com ela Julie teve de correr para lá, mas depois vai conversar com você e dar um jeito de repor as horas não trabalhadas.

–Nossa, espero que ela já tenha melhorado então. Vem, eu vou lá dá uma ajuda no salão.

–Bella esse não é seu trabalho. –Bree a repreendeu. O que era no mínimo engraçado já que Bella no mínimo 10 anos mais velha que Bree.

–Eu sei, mas como eu já terminei aqui não vou morrer por ajudar por lá mais um pouquinho.

–Você é um amor, sabia?-a adolescente disse a pegando de surpresa ao abraçá-la.

Bella retribuiu o abraço de modo relutante, mas logo se esquivou. Se permitir criar qualquer laço mais forte com as pessoas era idiotice da sua parte.

[***]

A livraria café realmente estava cheia, uma hora depois de ir para o salão Bella já tinha atendido diversas mesas quando ouviu o sino da porta de entrada tocar anunciando a chegada de alguém e antes mesmo de ela olhar em direção a porta sentiu sua pele formigar como se estivesse queimando.

–Está ainda mais linda hoje com os cabelos soltos Bella e vermelho realmente combina com você. –Bella sentiu o coração disparar e o formigamento em sua pele aumentar.

–Olá senhor...?-ela deixou a perguntar no ar ao olhá-lo e cumprimentá-lo e sentiu vontade de se chutar por não ter sido ela a fechar a contar dele no dia anterior e assim saber o nome dele.

–Edward Cullen. –ele falou e lá estava novamente aquele sorriso sexy que deixava suas pernas bambas.

–Certo senhor Cullen, seja bem-vindo. Em que posso ajudá-lo?-ela perguntou esforçando-se para não gaguejar como uma imbecil.

–Ai, essa doeu!-ele disse levando a mão ao peito de forma teatral. -Nada de senhor, apenas Edward ou você me fará sentir um velho.

Bella sorriu.

–Alguém já disse o quanto seu sorriso é encantador?-ele perguntou galanteador.

–E alguém já disse o quanto você é impossível?-ela perguntou antes que pudesse se conter e no mesmo instante sentiu vontade de morder a língua.

–Oh sim, metade daqueles que me conhecem, mas eles não têm costumam dizer na minha cara. –ele lhe piscou.

Céus! Bella sentia que iria derreter como uma gelatina, enquanto seu coração disparava como o de uma adolescente frente a seu primeiro namorado.

–Talvez porque elas não tenham coragem. –e lá estava ela outra vez dizendo o que não devia. –Me desculpe, eu nem sei por quê estou falando essas coisas.

–Não se preocupe. Gosto de pessoas sinceras e não das que medem cada palavra que dizem na minha presença. A sinceridade é sempre bem-vinda por mim, ainda mais quando vem de alguém tão linda quanto você.

Continua...


Isaías 41:10*

Entre a Justiça e a Impunidade: VOCÊ SABE DO QUE ESTOU FALANDO!!!



Eles entraram na base e Bella se sentiu inquieta, algo não ia bem. Sacou seu celular e discou o número dele assim que Jasper a deixou sozinha na sala. Dois toques e a voz dele fluiu pelo celular acalmando seus nervos.

-Neném o que foi?

-Mesmo através do celular dá para perceber que eu não estou legal.

Ele riu e ela retribuiu.

-Eu conheço você, o que aconteceu?

-Nada demais, estou para me encontrar com um ser intragável para uma reunião, só isso.

-Somos dois, também tenho uma reunião com uma mulherzinha que eu vou te contar, viu? Detestável.

-Te desejo sorte, e se ela te deixar estressado... liga para mim.

-Idem, me diz quem é o sujeito que eu arrebento a cara dele.

-Tenho que desligar, beijo.

-Beijo.

Bella guardou o aparelho e ficou de costas para a porta, sentia em suas entranhas que ir ali foi uma péssima ideia.

[***]

Edward caminhava sério para sala de reuniões queria terminar logo com isso e ligar para ela novamente, algo não ia bem, ele sentia, era como uma tempestade se formando no horizonte, uma bem grande capaz de arrancar sua estabilidade em poucos segundos. Parou em frente à porta e abriu de vez entrando e fechando em seguida, não seriam atrapalhados e ele queria realmente conhecer essa mulherzinha.

-Bom dia diretora, creio que não precisamos de apresentações, então vamos direto ao ponto do assunto que meu tempo é precioso e...

Edward congelou no lugar quando viu aquelas costas. Conhecia aquelas costas, inferno conhecia aquele traseiro. Só podia ser piada.

Bella tremeu quando ouviu a voz de Edward às suas costas. Só podia ser piada. Ela virou olhando para ele e ergueu uma sobrancelha incrédula.

-OK, isso é estranho... Por que não me disse que era o general intragável Ed?- ela falou sorrindo e se aproximando dele.

Ele recuou colocando a mesa entre os dois. Bella estranhou esse gesto, mas deixou passar, estavam na base dos marinheiros, era seu local de trabalho, tinha que manter o recato aqui, mesmo não gostando da cara que ele lhe mostrava agora.

A cabeça de Edward girava, um tremendo conflito interno tomou sua mente. Mas que porra! A mulher que estava sexualmente e... merda emocionalmente atraído era a mesma que odiava? Um clássico conto grego. Inferno, ele sentiu a raiva aflorar ao se lembrar de sua família, sua esposa e sua filha, inocentes pegas no meio do fogo cruzado, não deviam nada e foram mortas e a culpa toda era dessa mulher à sua frente. Medo, raiva, paixão, desespero por ter traído a memória de sua esposa e filha. Não mais. Nunca mais.

-Diretora, creio que veio aqui para discutirmos assuntos sérios, não? Sente-se, por favor.



-O que está acontecendo?



-Sente-se diretora. – ele rosnou as palavras e Bella estreitou os olhos. Algo estava acontecendo e ela não sabia o quê.



-Prefiro ficar de pé, é mais fácil se precisar me mandar daqui rapidamente.



-Tem medo de que diretora? Algo no seu passado lhe amedronta quando olha pra mim?



-De que merda você está falando?



-VOCÊ SABE DO QUE ESTOU FALANDO!!!



-NÃO, NÃO SEI DO QUE RAIOS VOCÊ ESTÁ FALANDO!!!-ela gritou de volta.



Ele respirou fundo e abriu a pasta jogando para ela que pegou habilmente e leu o que tinha dentro. Depois de alguns minutos os quais ele não tirou os olhos ameaçadores de cima dela ela devolveu a pasta.

-Precisamos mudar algumas coisas do plano e...



-Não temos nada, você pode mandar nos seus lambe botas do FBI, pode até mandar no merdinha do presidente, mas em mim não, nem venha, esse plano está perfeito diretora...



-Pare de me chamar de Diretora maldição!!! Sou a Bella, esqueceu?



-A Bella morreu. Ela mentiu para mim. O que foi Isabella? Foi àquele bar para me seduzir? É algum joguinho seu? Hã? Dar em cima do babaca do general e depois contar a todos que fodeu com ele?



-Você não está normal, eu disse a Alex que era má ideia...



-Ah, o Alex!



Edward sentiu o ciúme aflorar e ela percebeu porque ele não escondia dela, não podia, estava escrito em sua testa.

-Sim. O Alex, o presidente, meu grande amigo.



-Esqueceu de mencionar o que ele é seu amante? O que é? Gosta de colecionar, é? Um pau só não lhe é suficiente?



-Você está ciumento. Não vou discutir isso com você, vou levar esse relatório e modificar o que tiver de ser modificado, mando para você depois.



-Você não vai sair daqui maldição. – ele rosnou as palavras e ela bateu com a mão na mesa.



-E quem é você para me impedir? Hã? Desde que cheguei e descobri que você era meu desafeto só brigamos. Não quero isso e você sabe, não sei o que fiz para você me tratar assim, mas não ficarei mais aqui, quando você esfriar a cabeça me procure.



Ela deu-lhe as costas e ele sentiu a tão costumeira sensação de vazio sempre que ela ia embora. Ele rapidamente agarrou o braço dela fortemente e a puxou para cima dele, lhe tomou a boca num beijo furioso, ela não correspondeu, não o abraçou, não se mexeu, ele sentiu a frustração lhe tomar.

-Abra a boca- ele rosnou, mas ela ficou parada.



Ele alisou seus seios por cima da blusa e ela não conseguiu ficar quieta, gemeu e ele aproveitou a chance e introduziu a língua em sua boca até o fundo, ela se agarrou nele e ele a suspendeu a colocando em cima da mesa derrubando vários papéis.

-Você é maluco- ela falou em forma de gemido.

Ele não se importou, subiu sua saia e a afastou a calcinha introduzindo dois dedos dentro dela, ela se retesou de dor, ela era apertada e dois dedos de uma vez e rápido machucava. Ele tirou um e ficou circulando o clitóris calmamente enquanto depositava beijos em sua garganta.

Batidas na porta lhes tiraram do mundo de prazer em que estavam imersos.

Bella o empurrou e desceu da mesa correndo para um canto afastado, se arrumando o melhor que pode. Edward ficou parado olhando para ela, seus olhos vidrados de desejo não consumado lhe diziam que se não fosse essa interrupção ele a tomaria ali mesmo na mesa. E ela estava muito a fim de que isso acontecesse.

-Entre. – ele falou sério e recomposto.



-Perdão general, mas é que ouvimos gritos e o barulho de algo caindo, achamos que estavam brigando e...



-Pode se retirar agora. – ele falou sem olhar para o soldado.



Quando a porta se fechou ele andou até ela, mas ela saiu de seu caminho, pegou suas coisas e abriu a porta, saindo como se nada tivesse acontecido. Ele rosnou de frustração. Foi até ela e lhe escoltou até o helicóptero, no caminho um soldado que não tinha amor à vida lhe assobiou. Edward olhou mortalmente para ele. O homem engoliu seco porque entendeu no mesmo segundo a quem essa preciosidade pertencia.

Estava fudido.

Ela parou ao lado do helicóptero e o olhou. Pelo canto do olho viu os homens se agruparem para olhar a cena curiosamente. Ela sorriu se esticou nos seus saltos e agarrou o pescoço dele o pegando de surpresa, lhe deu um beijo molhado que deveria ser considerado imoral, sua língua dançando dentro da boca dele, para fechar com chave de ouro, ela lhe mordeu o lábio tirando sangue, ele nem se importou. Ela lambeu o corte e se afastou entrando no helicóptero e com um sorriso puramente sexual se despediu dele.

Edward ficou parado com cara de taxo enquanto o helicóptero alçava voo e sumia no céu. Ele se virou e deu de cara com seus homens lhe olhando.

–O QUE FOI?! NUNCA VIRAM MULHER, NÃO? VOLTEM AOS SEUS POSTOS SEUS FILHOS DA PUTA!!! BASTARDOS!!! MENOS VOCÊ!!!-ele gritou com o soldado que tinha a assobiado.



–QUERO VOCÊ NO CAMPO DE TREINO. AGORA!!!



[***]

Bella não voltou para a sede do FBI, decidiu ir para casa e pensar no dia de hoje, o que deu nele afinal? Foi... estranho, para dizer o mínimo. De que ele a acusava? O que ele achava que ela tinha feito? O semblante de remorso estampado no rosto dele ainda a carcomia por dentro. Ela suspirou e se virou indo para a cama, sua princesa estava dormindo lá, pegou o celular e ficou olhando por um bom tempo. Guardou-o não era hora de falar com ele, achou melhor desligá-lo, tinha muito que pensar, olhou para sua filha dormindo e sentiu um dejavú uma lembrança há muito esquecida, uma lembrança de alguns anos atrás, de uma noite de bebidas e atitudes impensadas. Ela balançou a cabeça, estava ficando maluca. Deitou e dormiu, tentou pelo menos.

[***]



Edward olhava para a janela, a chuva caia forte, mas ele não via, só o que via à sua frente era um par de olhos cor de chocolate assustados com sua fúria. Se ela soubesse de algo, teria se defendido, ou nem teria vindo à base já que sabia que daria de cara com o general que acabou com sua família. Não, ela não era assim. Mas o remorso o comia por dentro, traiu a memória de sua esposa e filha. Mas por mais que quisesse, não conseguia esquecê-la, odiá-la, não mais, ela tinha entrado em sua pele e era permanente. Ele foi até sua mesinha de cabeceira e pegou o celular, discou o número e esperou, chamou até cair, ele tentou novamente. Na vigésima vez ele percebeu, finalmente que ela tinha desligado o celular, ou na pior das hipóteses, o teria descartado de sua vida, ele não a culparia. Saiu do seu quarto e foi para o ginásio, suar um pouco ajudaria a se acalmar até que chegasse o amanhã para que ele fosse vê-la na agência do FBI.

[***]

Bella passou os últimos dois dias sem ligar o celular, trabalhou duro deixando seus agentes com os nervos à flor da pele, não tinha recebido nenhuma notícia dele, fez as modificações que precisava no cronograma da operação e mandou para ele. Estava esperando uma ligação da parte dele brigando e xingando por ela ter se atrevido a mexer no que ele tinha feito. Só que a notícia que recebeu a deixou de pernas bambas.

-Diretora? O general mandou avisar que estará posando no heliporto da agência em cinco minutos. –um dos dela agentes lhe avisou.

Bella gelou, se ergueu e assim que a porta se fechou ela correu para o banheiro, refez a maquiagem, ajeitou os cabelos, organizou as roupas abrindo os dois primeiros botões e ajeitando os seios, todo esse tempo ela só repetia para si mesma que isso era o que ela faria se qualquer pessoa viesse lhe ver.

[***]

Edward desceu do helicóptero e andou a passos decididos até a sala dela, um agente o estava guiando, ele estava com a pasta nas mãos e preparado para uma boa briga, ela tinha mexido na organização da operação e ele estava furioso. Na verdade estava morrendo de saudades dela, dois dias sem poder sair da base só agora teve tempo, a pasta em suas mãos era o álibi perfeito para se aproximar já que o maldito celular dela estava desligado. Quando chegou à sua porta ele respirou fundo e a abriu entrando calmamente. Ela estava sentada à sua cadeira com as pernas cruzadas deixando a abertura da saia lhe brindar com um bom pedaço de pele suculenta, ele olhou e sorriu. Não foi retribuído.

-Bom dia general, sente-se, veio terminar o que começamos na sua base?

Ela nem sabia o quanto estava certa.



Continua...