sábado, 18 de janeiro de 2014

Entre a Justiça e a Impunidade: Passado



Eles passaram a manhã toda no edifício do FBI, ela o colocou de castigo em sua sala enquanto tratava com Emmett e seus outros agentes, explicava coisas e lançava olhares assassinos para quem se atrevia a perguntar sobre o general na sua sala. Almoçaram lá e ela cuidou de seus ferimentos, fizeram amor no tapete da sala e nesse momento estava trocando o curativo que tinha vazado e estava manchado de sangue.



-Porra Bella, isso dói!



Edward gemeu quando ela colocou o algodão em cima do corte no supercílio dele, estava roxo, o corte foi profundo, precisaria de pontos, mas o teimoso disse que faria isso na base dele. Emmett não estava melhor, mas pelo menos deixou ser remendado. Edward tinha a mão pesada. E era mais teimoso que uma mula.



-Pare de reclamar garotão, quem mandou você sair no braço com meu irmão?





-E eu por acaso sabia que aquele fodido de merda era seu irmão? Eu apenas o vi lhe agarrando e ninguém agarra o que é meu, apenas eu tenho autorização para tocá-la. - Edward falou segurando-a pela cintura e trazendo-a mais pra perto colocando-a entre suas pernas. Ele beijou sua barriga e ela ficou alisando seus cabelos.





-Podemos sair daqui neném? Precisamos conversar, tem muitas coisas que precisam ser esclarecidas entre nós dois e aqui não é lugar para tal.





-Concordo. Vamos.





-Primeiro preciso me trocar, peça para alguém pegar uma sacola que está no helicóptero para mim neném, minha farda rasgou graças ao seu fodido irmão. – ele falou com raiva.




-Você bateu nele também.





-Ele começou e não o defenda na minha presença, fico irritado.





-Ok, não farei, mas que você poderia ter evitado poderia...





-Isabella...



Ela sorriu e se vestiu, já que estava apenas de lingerie e saiu porta a fora. Pouco tempo depois voltou com sua sacola e ele se trocou rapidamente. O homem fardado era uma coisa, de roupa civil então...





Eles foram ao estacionamento, ela pegou as chaves, ele ergueu a mão e ela ficou olhando.



-O quê? – ela perguntou.





-Eu dirijo.





-O carro é meu.





-Ninguém vai me ver no banco do carona Bella, de forma nenhuma neném hum, hum...





-Você é machista!





-Sou honesto, mulheres no volante são um perigo constante.





-Grosso.





-Eu sei que sou e você adora. Agora me dê as chaves neném. Estou com fome.





Ela suspirou e as colocou nas mãos dele, ela nem ligava se ele dirigisse, mas tinha que fazer seu papel de mulher ofendida, afinal precisava disso, não?



[***]



–Acho que você me deve algumas explicações. – disse Edward no meio do jantar.





–Hã?Explicações?-Bella arqueou as sobrancelhas de forma divertida. –Sinceramente não acho que te devo nada, afinal o que temos não passa de um caso. –Bella quis se bater depois dessa resposta imbecil, mas era para ela a mais pura verdade, por mais que desejasse que fosse diferente sentia que era exatamente isso, um caso, o que existia entre eles.





–Bella não somos mais crianças, um caso não é o que quero e tenho certeza que você também não quer. – Edward estava dividido, bem no olho de um furacão de emoções, mas era sensato o suficiente para saber que havia errado feio ao julgar Bella como uma assassina fria e calculista.





Era hora de começar do zero e encontrar o verdadeiro assassino de sua família, só que ao lado de alguém que realmente estava à sua altura e esse alguém era Isabella Swan.





–Agora por acaso lê pensamentos?-Bella não queria ser rude, estava apenas se defendendo. Ela aprendeu que confiar num homem poderia ser o maior erro de sua vida. Jacob Black era a prova viva disso.





–Não faz assim Bella, conheço você bem o suficiente para saber que não é essa mulher dura que aparenta ser para todos que estão sob seu comando. – ele olhou profundamente naqueles olhos chocolates. – Sei que por trás dessa dureza toda está uma mulher doce que precisa e merece ser amada, protegida, cuidada. – ele colocou as mãos sobre as dela. - Essa é mais uma das muitas proteções que você aprendeu a colocar em torno de si, pois sei o quanto o mundo em que nós trabalhamos pode ser machista e cruel com uma mulher sensível como você. – ela mordeu os lábios e Edward não pode deixar de reparar o quanto aquele gesto era sensual quando Bella o fazia. – Não se afaste de mim, pois não sou teu inimigo, eu...





–Pois não é o que parece, você me acusa de coisas de que eu nem faço ideia, de coisas que eu não entendo. Eu já disse e vou dizer outra vez, confiança é à base de toda relação. –Bella murmurou inquieta tentando se livrar do toque de Edward, mas ele não deixou.





–Eu sei, é por isso que tomei uma decisão. –afirmou o general.





A dama de ferro viu um verdadeiro dilema nos olhos de Edward, uma verdadeira luta interna.





–Que decisão?-apesar de ter perguntado ela estava receosa da resposta.





–É hora de você conhecer o verdadeiro Edward Cullen por trás do temido general. Preciso que me ouça com muita atenção.



Ela assentiu ao pedido dele.





Edward respirou fundo na tentativa de controlar o turbilhão de emoções vindo com as lembranças de seu passado.





-Dez de maio de 2010, era véspera do aniversário da minha esposa, Alex Coll havia assumido apenas há alguns meses a presidência, mas já tinha inimigos até o pescoço. Como general dos SEAL decidi ficar na base para por em pratica o plano de ação da chefia do FBI, plano esse que salvaria o pescoço do presidente... O que eu não sabia era que tudo não passava de uma distração.





-Quando cheguei em casa esperava encontrar minha família feliz como sempre, minha esposa radiante por ser seu aniversário, mas não foi o que aconteceu... –Edward respirou profundamente tentando controlar o choro que sabia que estava por vir.





-Encontrei minha filhinha, de apenas três anos ao lado da mãe no carpete do nosso quarto, ambas já sem vida. Lembro-me que quando as encontrei minhas pernas bambearam perdendo as forças, com a dor me tomando de assalto, eu as abracei enquanto chorava desesperado, meu irmão e minha melhor amiga tentaram me tirar de lá para que os paramédicos pudessem fazer algo. Mas não havia mais nada a ser feito, minhas jóias preciosas estavam mortas, meu mundo tinha ruído, virado pó. Minha filha era tão pequena e inocente, destruiu-me saber que não a veria crescer e minha esposa era tudo para mim... sempre tão leal e compreensiva.



-Ressurgi das cinzas mais forte do que jamais fui. Precisava me concentrar, drenar minha raiva, canalizá-la para o lado certo, na hora certa o assassino pagaria. Lembro-me das provas encontradas na cena do crime marcadas a ferro em minha memória. Um dia pagarão por tudo o que fizeram à minha família, não sobrará pedra sobre pedra quando eu terminar, todos pagarão, todos. Eu prometi isso a mim mesmo, e à minha família e vou cumprir.





O olhar de Edward era de ódio e amargura, Bella se deu conta de que ele estava perdido em pensamentos e era hora de acordá-lo.





–Que provas Edward?-ela questionou tentando não demonstrar o horror que sentia diante de tal história de vida, pois pena, Bella tinha certeza, era a última coisa que ele precisava nesse momento.





–Provas terríveis que incriminam uma única pessoa.





–Quem?-Edward suspirou com a pergunta.





–Você. – respondeu já esperando uma explosão da parte dela.





–A MIM?-sem querer ela deixou sua voz subir duas oitavas. - Mas como?-Perguntou em tom mais baixo. –Pelo o que você me disse eu assumi sim o cargo de chefia do FBI no mesmo ano em que sua família foi morta, mas só assumi realmente o cargo um mês depois de tudo isso acontecer e depois tive que passar por uma série de formalidades que me tomou completamente o tempo e posso provar isso. Isso é um absurdo! Até o mais leigo dos seres humanos sabe que para planejar um assassinato é preciso de tempo e no mês em que assumi o cargo e no que antecedeu a ele tempo foi a última coisa que tive. –Bella exaltou-se como Edward esperava que ela fizesse sendo inocente. –Eu não matei sua família, eu não a conhecia, não fiz nada contra elas, mas se quer me acusar vá em frente, só não espere que eu fique parada. –ela se levantou pronta para ir embora. A verdade faiscava em seu olhar, assim como a raiva por ter sido injustiçada.





–Bella espera!-Edward agarrou o braço de sua morena a impedindo de se mexer. – Acha que se eu acreditasse que você é culpada estaria te contando tudo isso? Em troca de que eu faria isso? Para você dançar em cima da minha dor? Eu acho que não. Me deixa terminar, por favor.





–Ok. –ela respondeu mais calma pelo simples fato de sentir o toque dele.





[...]





–Não me abandone agora, eu preciso de você, me ajude a encontrar o verdadeiro culpado, pois quando eu mexer em tudo isso você será a injustiçada e não quero que isso aconteça porque sei que você é inocente. Antes eu te culpava porque não te conhecia, te julgava porque tinha ódio, não me deixe Bella, por favor. Vamos tentar ser um casal de verdade, eu quero bem mais que um caso com você, eu preciso de mais do que só um caso. Eu quero um relacionamento de verdade. Me entendi?-Bella não tinha ideia de como estava sendo duro para Edward agir com tanta sinceridade desde a morte de sua esposa ele não conseguia ser assim.





–Sim, para ser mais sincera nesse momento seria capaz de confiar minha vida a você. –Edward sorriu com a declaração. –Acho que agora é minha vez de contar algumas coisas. –murmurou Bella sem jeito.





–Sim, fale-me sobre Emmett. –a diretora riu, sabia que essa seria a primeira curiosidade dele.





-Emmett é meu irmão caçula, dois anos mais novo que eu... Desde crianças aprendemos a cuidar um do outro, com nosso pai trabalhando na Interpol e nossa mãe no DEA não nos restava outra coisa a fazer. Quando entramos para o FBI decidimos que usaríamos sobrenomes diferentes. Ele optou por usar o da nossa mãe e eu o do nosso pai para que jamais julgassem que estávamos protegendo um ao outro por nosso parentesco.





-Quando me casei aos vinte e dois anos com Jacob Black, Emmett foi totalmente contra... Quase me matou para falar a verdade, mas eu não dei ouvidos e me ferrei. Pouco depois estava me divorciando. A convivência com meu ex-marido estava se tornando insuportável e as coisas só pioraram quando descobri que o filho da mãe estava envolvido com todo tipo de negócio ilícito que você possa imaginar.





–Como você descobriu?-perguntou Edward, curioso.





-Meu pai forneceu algumas provas assim como quem não quer nada para que eu descobrisse sozinha aquilo que todos tentavam me mostrar. Meu mundo desabou e Emmett foi meu grande amparo, ele não me julgou, pelo contrário só me apoiou quando expulsei de uma vez por todas Jacob Black da minha vida. – E da vida da minha filha. Bella completou mentalmente, pois não achou que esse fosse o momento de falar sobre Nessie.





–Acha que seu irmão vai tentar impedir nosso relacionamento?-Edward estava agradecido a Emmett por ter protegido sua morena, mas ainda não tinha engolido os socos que levou.





–Emmett é um cara legal, só não tem uma ideia muito boa de você e acho que sabe porquê. –Bella deu uma piscadela divertida para ele percebendo seu mau humor com relação ao irmão dela.





–É, sei. – respondeu a contragosto.





–Minha nossa já está tarde! Preciso ir para casa. –Bella disse de imediato pensando em sua princesinha.





–Eu levo você. – prontificou-se o general.





–Eu acho melhor não Edward, é...





–Bella, um relacionamento sério inclui levar a namorada em casa. –rebateu ele.





–Não me lembro de ter ouvido o pedido. –murmurou manhosa.





–Não seja por isso, neném você aceita namorar comigo?-Bella não respondeu, simplesmente levantou e o beijou.





–Vamos lá neném, vou levá-la para casa. –afirmou Edward entendendo o beijo como um sim.





Bella havia virado uma Maria-mole com ele mesmo, não conseguia lhe negar nada, o pior é que não sabia como faria no dia seguinte, Emmett morava com ela e ainda não havia falado nada sobre Renesmee e achava melhor não dizer nada mesmo, pois Edward havia perdido uma filha no passado e não sabia como ele reagiria. Estavam no seu carro, ou ele ia com ela ou ia para um hotel.





Ela deu a direção da sua casa e ele os levou até lá, pararam na porta e ele desligou o carro e a olhou.





-Me convida pra entrar? – ele falou sorrindo.





-Por quê? – ela falou dando uma de desentendida. Ele sorriu e se aproximou dela desafivelando os cintos e a puxando pra cima de si.





-Porque... Eu adoraria dormir com você hoje. – ele lhe beijou o pescoço. -E amanhã... – lhe beijou o queixo. -E depois de amanhã... - ele lhe deu um selinho. -E na manhã seguinte... –ele tomou seus lábios com sensualidade acabando com as defesas dela.





Se Bella queria começar algo com ele, teria que deixá-lo entrar em sua vida, teria que abrir sua casa, sua intimidade, seu coração. Ela interrompeu o beijo e falou com a testa encostada na dele.





_Eu tenho uma filha. Renesmee. Ela tem cinco anos. –confessou a queima roupa.





_Deve ser linda como a mãe.





Ele falou e Bella sentiu a falha na voz dele, ele se lembrava de sua própria criança há muito morta. Bella se sentiu quebrar por dentro pela perda dele. Prometeu a si mesma que faria de tudo para obter justiça, não ficaria assim, quem fez isso iria pagar. E ela se asseguraria muito bem disso.





-Vem, tem alguém que eu gostaria que conhecesse. -Bella sussurrou e saiu de cima dele.





Fora do carro ele a abraçou pela cintura e andaram devagar para a porta da frente. Ela abriu e lhe deu passagem. Fechou a porta e passou a chave. A babá estava assistindo TV e tomou um susto quando viu Edward na sala.





-Calma Carol, este aqui é o Edward. Edward essa é a Carol, ela cuida de Nessie desde que era recém-nascida.





-É um prazer conhecê-la Carol.





Edward lhe deu um sorriso e estendeu a mão. A mulher ficou parada olhando-o admirada e aceitou o cumprimento.





-O... O prazer é meu...





Bella sorriu e em seguida o puxou escada acima não devia explicações a ninguém e não as daria. Ela se dirigiu ao quarto de sua filha e entrou de ponta de pé. Ela estava dormindo abraçada ao senhor Didi o coelho gigante. Edward se abaixou ao seu lado perto da cama e olhou sua filha com admiração.





-Ela é linda Bella. Uma princesa.





-E muito esperta também, consegue enrolar você no dedo mindinho dela tranquilamente, se der alguma arma que ela possa usar contra você, pode ter certeza que usará.





-Ela é fácil de amar, não?





-Muito fácil. Vem se ela acordar terei que te deixar de molho no quarto de hóspedes enquanto eu conto histórias pra ela dormir e ela gosta que eu conte um livro cheio.





Bella falou sorrindo e Edward se ergueu sem tirar os olhos da menina.





-Eu não me importaria de passar a noite toda contando histórias para ela. Nunca.





Bella o abraçou apertado e o levou até seu quarto. Entraram e ele ficou olhando ao redor, era um quarto tipicamente feminino.





-Quer tomar um banho?- ela perguntou sorrindo sensualmente para ele que retribuiu já abrindo os botões da sua camisa.







-Se o mestre mandou faremos todos...







Continua...

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